Há no arvoredo
o timbre do medo
velho secular.
atravessou história
dentro da memória
ficou a pairar.
Do tempo profundo
na sombra do mundo
apenas segredo
o homem escondido
escutava o bramido
do mar no fraguedo.
Milénios passaram
paisagens mudaram
o homem sofria
estendendo prós céus
os braços a deus
que não respondia.
No dia presente
como antigamente
a humanidade
não quer ver em si...
chora, canta, ri
sem fraternidade.
Na mente saudosa
esfolhando uma rosa
não olha o futuro
mas tem entre mãos
o mundo de irmãos
a brilhar no escuro.
Até que por fim
brotará de nós
de ti e de mim
o som grandioso
a Paz, terra em gozo
a terra um jardim.
O jardim formoso.
Marília Gonçalves
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