Na noite nascer a noite
a mais total escuridão
com todo o mal que se acoite
preso aos dedos duma mão.
Olhos nunca rasgados
recusa forte de olhar
por onde correm gelados
um rio imenso ou o mar.
Onde no gesto negado
а não arrancada língua
há sons sempre sufocados
palavras mortas à míngua.
Erguidos em pesadelos
gestos de frio ou de horror
que nos põem nos cabelos
a sombra, vozes, a cor.
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