Noite mulata
O teu corpo de cetim
Vai roçar pelo luar
E não tem pena de mim.
Noite sombria
Pela sombra calada e fria
Há um eco de alegria
Que às vezes nos vem lembrar
Um outro dia
Quando a velha Mouraria
Soluçava em seu cantar
Numa noite sem luar
Noite felina
Pela avenida sozinha
Tens um corpo de varina
Desenhado no luar
Tuas colinas
Sobre a cidade menina
São a Lisboa perdida
Junto ao Tejo doce e mar.
Noite mulata
O teu corpo de cetim
Vai roçar pelo luar
E não tem pena de mim.
Marília Gonçalves
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