A noite vai descendo vagarosa
o campo vai ganhando sombra a sombra
mesmo a casa
à pouco luminosa
adormece na asa
que em nós pousa.
A noite vem descendo não sei bem
se a noite é mais profunda que parece
também em mim anoitece.
Arrefece a paisagem do que sou
vibrante, sensível, transparente
não sei se o dia que chegou
vai partir de repente.
O arrepio, talvez uma ameaça
paira em forma assustadora.
Será só vento que passa?
Ou vida que vai embora?
Mistério ...o tempo esconde
verdadeira.
Ao longe o eco responde...
a voz água da ribeira
vais partir...de que maneira?
Marília Gonçalves
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