poema traduzido do português (poema abaixo)
La poésie faisait circuler au plus profond de moi le nectar des jours
Mon regard intérieur divaguait délinéant pénombre et ombre
Dans un étrange contraste liquéfié
De que seuls les cils témoignaient
Mains habituées au vol ramassaient des mots
Tourbillonnant dans mon sentiment
Étrange voix végétale, sortant des arbres
Cela résonnait étrangement dans ma voix aquatique
Étrange symphonie s’élevait du sol
Étincelles de lumière
Qui en semence
Se propageait en cantiques de silence. Amer et sucré
S’élevait le fruit cueilli sur les hauteurs
De l’idéalité permise.
Transfiguration de l’onde
Qui ondulante cherchait dans le sable
Une réponse à chaque question engourdie
La force fragile du présent
Transfigurait les pétales volants
Que certains s’évertuaient à nommer
Noctuelle de l’instant
Ouvraient des avenues dans les nuages qui du gris avaient la couleur
Jusqu’au moment du brio et du brillant
Couleur de la lumière
Les questions trouvaient leur réponse
Se défaisant en davantage de questions.
Herbes d’imaginaires prairies
Fructifiaient sur des lèvres transparentes
Où le mot surgissait.
Rêverie claire de l’heure
Taisant le fruit du travail
Des ailes poussaient sur chaque fleur perdue.
Silence de chardons
Douleur estompée
Cristal scintillant
Bouche amère d’une histoire qui ne fut jamais
Étrange ballet
Qui parlait de particules sonores
Et se taisait après.
L’eau fécondait l’air
D’une couleur à définir.
Les voix résonnaient muettes et fatiguées
De ne pas être
Les doigts voix du geste
Traçaient des espaces blancs
Il pleuvait de la lumière
Obscurcie
D’avoir perdu la racine de l’ombre
Le mouvement circulaire suivait une route invisible
Poésie sur l’heure
Pour advenir
De l’inventé plume
Ciselait des cantiques à naître.
Noctuelle de la nuit
Voix sombre
Qu’à l’aube
Souriait.
Source de l’emphase
Des bruits tourbillonnaient
À dénuder
Prodige de la parole
Qui cherche des mains
Où faire entendre sa voix
Une obstination insatiable
Invention d’un poème jamais écrit
Atterrissait scintillant
Dans la main qui ne savait pa
Du poème portugais de Marilia Gonçalves -A poesia fazia circular no meu profundo o néctar dos dias
Traduction en français du Professeur Universitaire à Universidade Aberta de Lisboa Luis Pimenta Gonçalves
poema em português
A poesia fazia circular no meu profundo o néctar dos dias
O meu olhar interior divagava delineando penumbra e sombra
Num estranho contraste liquefeito
De que só as pestanas testemunhavam
Mãos habituadas ao voo colhiam palavras
A rodopiar no meu sentir
Estranha voz vegetal, saída das árvores
Ecoava estranhamente na minha aquática voz
Estranha sinfonia levantava do solo
Centelhas de luz
Que em semente
Se propagava em cânticos do silêncio.
Amarga e doce
Erguia-se o fruto colhido nas alturas
Da idealidade permitida.
Transfiguração da vaga
Que ondulante procurava na areia
Resposta a cada pergunta entorpecida
A força fragilizada do presente
Transfigurava as pétalas voadoras
Que alguns teimavam em chamar
Mariposas do instante
Abriam avenidas nas nuvens que de cinza tinham cor
Até ao momento de brio e brilho
Cor de luz
As perguntas encontravam sua resposta
Desfaziam-se em mais perguntas ainda.
Ervas de imaginários prados
Frutificavam em lábios transparentes
Onde a palavra surgia.
Devaneio claro da hora
Emudecia o fruto do labor
Brotavam asas em cada flor perdida.
Silêncio de cardos
Dor esmaecida
Cristal tremeluzente
Boca amarga duma história que nunca foi
Estranho bailado
Falava de partículas de som
E silenciavam após.
A água fecundava o ar
De cor por definir.
Vozes soavam caladas e cansadas
De não ser
Os dedos voz do gesto
Traçavam espaços brancos
Chovia luz
Obscurecida
De ter perdido a raiz da sombra
O movimento circular seguia por invisível estrada
Poesia na hora
Por chegar
Da inventada pena
Burilava cânticos por nascer.
Melopeia da noite
Soturna voz
Que ao dealbar
Sorria.
Fonte da ênfase
Rodopiava sons
Por desnudar
Prodígio da fala
Que procura mãos
Onde ter voz
A pertinácia insaciável
Invento de poema nunca escrito
Poisava a fulgurar
Na mão que não sabia.
Marilia Gonçalves
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