Lambendo o dorso do delfim de trapo
a irisada espuma se transforma
nas verdes águas que num gesto largo
espelham as águas que em sombra se afundam.
A beleza é efémera. Não se guarda
senão no cofre da memória aberta
ardentia de luz que se desata
na distância dos olhos do poeta.
múrmuros mares, ondulante pele
o vento tange dedos invisíveis
assobia no ar níveo corcel.
Adormecem em nós, múltiplos sonhos,
vai-se esvaíndo leve, a esperança antiga
no desmaio longínquo das estrelas.
Marília Gonçalces
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