Minhas filhas chamem os amigos !
Alerta
Grita filha !
há uma aranha
na brancura da parede
que peçonhenta, tamanha
vai tecendo sua rede.
Grita filha !
essa fobia
É protecção natural
contra a aranha sombria
que além de símbolo
é mal !
Grita com todas as forças !
Grita porque há mesmo perigo
essa aranha uma cruz negra
é o pior inimigo.
Por meu amor não te cales !
Grita filha
tua mãe
impele-te pra que fales :
contigo grito também !
Essa aranha que se estende
tem o passo marcial
com fúria que surpreende
o incauto, em voz fatal.
Grita filha
o bicho imundo
sai vertiginosamente
da sombra vinda do fundo
em veneno de serpente.
Tal a jibóia medonha
enrola-se, abraça o mundo
pra ir crescendo em peçonha.
Introduz-se em toda a parte
tudo corrói e desfaz
É inimiga da Arte
do Ser Humano da Paz.
Grita filha !
mas tão alto
num grito tão verdadeiro
que desperte em sobressalto
o que não quer ver primeiro.
Essa aranha pestilenta
odeia a própria Cultura
em fogueira que alimenta
livro após livro censura.
Opõe à Humanidade
a sua força brutal
por onde ela passa invade
mata o constitucional !
É um monstro repelente :
primeiro ataca o mais fraco
para ir seguidamente
oculta em cada buraco
destruir a Liberdade.
Inimiga da diferença !
Grita !
minha filha Grita !
Faz ouvir tua presença.
Aponta o bicho feroz,
mostra-o, sacode os amigos
com a força da tua voz !
Grita !
esse enredo de perigos !
Grita filha ! Desta vez
esse grito é racional
porque essa aranha é o não
ao direito universal.
Sem medo abre tua boca !
Grita alto ! Grita forte !
Porque toda a força é pouca
Para lutar contra a morte.
Grita ! Grita minha filha
não te cales nunca mais :
não se veja outra Bastilha
prendendo os próprios jornais !
Que teu grito seja infindo
circule dê volta ao mundo,
jovem voz entusiástica
erguendo o povo profundo
contra a bandeira suástica.
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