Negro bailado no país da era
onde fogo palpita voador
escultor do fim da Primavera
vinho rubro em corpo sem amor.
Lesto negro eleva-se no trilho
de instante perene ou irreal
dedos vermelhos entrelaçam brilho
distanciar o vento sem igual.
De ilha abandonada, o apelo o mistério
folha que história abandonou
crepitar de som fulvo e etéreo
nevoeiro que a hora transformou.
Memória do olhar, a ansiedade
a bailar negro, estático parou.
Ouve-se ao longe uivar a tempestade...
mas foi dentro de nós que ela ecoou!
Marilia Gonçalves
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