Dà-lhe forte a tempestade
entre dedos de granito
desfaz-se até à saudade
nas profunduras do grito.
A minha viagem chove
entre meus olhos d’espanto
atravesso o dia de hoje
a entoar o meu canto.
Minha voz ainda a conhece
vem de longe tão velhinha
às vezes nela adormece
com meus lábios de menina.
As minhas pernas de nàcar
vão a avançar no escuro
a deixar no cheiro a âmbar
o fecundar do futuro.
Avancei quanto podia
andei, tropecei, caí
enquanto em versos ouvia
contar-me pra que nasci.
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