Oh Mãe
Lembrei-me de ti estavas à espera
Cabelo louro e curto na aberta janela
O teu sorriso livre primavera
Estendia na paisagem de Palmela.
Ao longe o Sado azul brilhava mais
E a figueira enorme frente à rua
Dava à paisagem o tom de uma aguarela
Ali naquela casa desmaiavam meus ais.
Entrando em nosso lar, cheirava a Portugal
Os risos ecoavam como oferta
Tudo era tao bonito e natural
fugiam nossos olhos pela janela aberta.
De novo sentia-me menina
E pela força do claro sorriso
Tu recriavas pérola purpurina
E no meu rosto nascia o paraíso.
Um dia ou uma noite nem sei bem
Tuas asas abriram e partiste
E eu a procurar-te minha mãe
Gelava no poema
Ardente e triste.
Não torno nunca mais a esse sol
Nem às canções que cantavas comigo
Vestia-se de breu o rouxinol
Perdi prá eternidade meu abrigo.
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