BALADA DO CISNE
A manhã é sem névoa transparente
rosado o sol, vem espraiar-se no céu
reflecte o teu olhar, puríssimo sem véu...
teu olhar de diamante a entrar pelo meu!
Oh mar gigante eterno, vem, leva-nos contigo
mar de culto, de lenda, oh abismo de perigo
bem vês o grande amor é sonho leve é espuma
protege o nosso amor e serve-lhe de abrigo
numa ilha de luz sem mácula, sem bruma!
Mar, tu tens com o amor o elo confrangente
podes ser luminoso, ou em sombras em breu
és a vida, és a morte instantaneamente
o seio a palpitar amandas ao museu!
és grande, sê grandioso! defende o amor meu
Na minha primavera ele veio ter comigo
olhar feiticeiro, a voz quente em amigo
a brotar dentre as ondas, que lanças uma a uma
foi o pão da minh’alma, foi a paz entre o perigo
uma ilha de luz sem mácula, sem bruma.
Amor, o mar desdobra sereno à nossa frente
o profundo oceano a suplica atendeu
o sol em nossos corpos brincando impunemente
acende a dardejar o gesto que nos deu...
como é puro o amor! Como é puro o que é seu!
Passa em nós o desejo como aragem no trigo
ondulante seara nós dobramos consigo
sentidos despertos, a nossa boca, uma
tua essência amor, o mais profundo abrigo
nossa ilha de luz sem mácula, sem bruma.
OH mar, berço da vida, oh jovem mar, antigo,
a minha voz pra sempre levar-te-à consigo!
Fortalece este querer para que se não consuma...
protege nosso amor, deixando-o ao abrigo
nessa ilha de luz, sem mácula, sem bruma.
Marilia Gonçalves
Sem comentários:
Enviar um comentário