“Atrás dos muros altos com garrafas partidas bem
para trás das grades do silêncio imposto.
As crianças de olhos de espanto e de medo
transidas. As crianças vendidas, alugadas,
perseguidas, olham os poetas com lágrimas nos
rostos.
Olham os poetas as crianças das vielas, mas não
pedem cançonetas nem pedem baladas, o que elas
pedem é que gritemos por elas.
As crianças sem livros, sem ternura, sem janelas.
As crianças dos versos que são como pedradas.”
Sidónio Muralha, Os olhos das crianças
este poema de Sidónio Muralha a Nádia disse-o aqui por Paris no movimento associativo quando tinha 8/9anos, nessa mesma época fazia Rádio com programa para crianças no Radio Clube Português de Villejuif - Portugal FM
porque tão menina era, não posso de deixar de saudar a sua sensibilidade solidária que até hoje nunca desmentiu, num altissonante espírito de justiça social
e para que os três sorrisos patuscos dessas fotografias acima
possam vir a ser o presente de cada criança
a palavra em luta é o caminho!!
Marilia Gonçalves
1 comentário:
trigo ao vento
Do pão da minha fome
Ondula o pensamento
No olhar da criança que não come
O mundo anda esquecido da razão
Que grita bocas de repartir
De que nos serve o coração
Se o não queremos ouvir
A criança meu irmão é um tesoiro
De luz universal
De que nos serve o oiro
Se olhar da infância
Não brilha natural
Que mundo preparamos ao futuro
Se a criança é semente
Que a vida fará florescer
Diferente ou indiferente.
Segundo o que aprender,
se nosso exemplo d’ egoísmo
lhe mostra sombra, escuridão
donde esperar que surja a branca pomba
com olivais na mão?
Marília Gonçalves
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