
Hortelã Mourisca

Arlindo Carvalho Compositor
Chapéu Preto
para ouvir clque no Chapéu Preto
Arlindo Duarte de Carvalho
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É o mais apreciado compositor português de música popular da e na nossa zona. Em meados do século passado as suas canções eram o maior sucesso na Póvoa, embora desconhecido para muitos uma vez que não havia rádios regionais e as nacionais não tinham a preocupação de identificar regionalmente as personalidades, é com agrado que escrevo estas modestas palavras acerca da sua pessoa e da sua obra. Tenho a ideia de ter sido pouco divulgado considerando o sucesso da sua obra e ainda estar por fazer uma justa homenagem. Nasceu no dia 27 de Abril de 1930 na Soalheira. Foi professor na Soalheira, Porto, Lisboa e ainda na Alemanha e França onde esteve exilado e foi leitor de Português a partir de 1965 no Liceu Henrique IV de Poitiers. Estudou na Academia de Amadores de Música, de Lisboa. Estreou-se em Paris em 1966 como cantor. Participou em programas de rádio e televisão em Paris, Hamburgo, Berlim, Munique e foi convidado por Olof Palme na campanha eleitoral do Partido Social Democrata da Suécia de 1976 e 1979. Segundo informação vive actualmente no Porto. É autor e compositor e é familiar do Dr. Daniel Proença de Carvalho conhecido advogado em Lisboa. Por curiosidade, é conterrâneo e grande amigo de Alexandra (cantora) cujo seu verdadeiro nome é Maria José mas que optou por este nome artístico. Em 13 de Agosto de 1999,, ela apresentou o"Hino a Timor-A vida não é uma prisão" de de Arlindo de Carvalho com a participação de Lenita Gentil e Carlos Guilherme. Letra d’uma das canções de maior sucesso:
Chapéu Preto | | |
A azeitona já está preta, a azeitona já está preta,
Já se pode armar aos tordos, já se pode armar aos tordos.
Diz-me lá, ó cara linda, diz-me lá, ó cara linda,
Como vais de amores novos, como vais de amores novos.
É mentira, é mentira,
é mentira sim senhor!
Eu nunca pedi um beijo,
Quem mo deu foi meu amor!
(Bis)
Ó que lindo chapéu preto
Naquela cabeça vai.
Ó que lindo rapazinho,
Para genro do meu pai.
Naquela cabeça vai.
Ó que lindo rapazinho,
Para genro do meu pai.
(Refrão)
Quem me dera ser colete,
Quem me dera ser botão.
Para andar agarradinha,
Juntinha ao teu coração.
Quem me dera ser botão.
Para andar agarradinha,
Juntinha ao teu coração.
(Refrão)
è autor das seguintes obras e muitas mais:
Adufe
Aguarela de Lisboa
Ai marotos olhos negros
Alcafozes meu abrigo
Aldeia de João Pires
Aldeia de Monsanto
Aninhas da Beira
Arraiano da Beira
Arre burrinho
Azeitona Preta
Balada da serra
Bate o fado trigueirinha
Beira Canção de Portugal
Benfica e Castelo Branco
Canas de Senhorim
Canção da Beira Serra
Canção de Vizela
Cantares da Serra
Cantiga de Oledo
Cantiga do Charnequeiro
Casamento na Aldeia
Castelo Branco
O Castelo de Monsanto
Chapéu de palha
Chapéu Preto
Cheira a rosmaninho
Comboio da Beira Baixa
Corridinho da soalheira
Cova da Minha Beira
Douro Arriba
É mentira
Eh pá e vai disto
Era já noite fechada
Fadinho Serrano
Fandango da Beira
Farrapeirinha
Filho da Serra
Fonte da Aldeia
Há lá coisa mais bonita
Hino a Timor
Já cantam saudades minhas
Já namoro o meu Zé
Lenda da Senhora do Almortão
A lenda de São Macário
Linda Moleira
As moças da soalheira
Moças de são Miguel
Murta
Nasceu o menino
Oh Ribeira de Meimoa
Oliveira da Serra
Par de botas
Penamacor
Quero ir à monda
Rebola a bola
Saudades da Beira
O Senhor da Serra
Senhora do Almortão
Soalheira linda vila
Tem cuidado cara linda
Tenho sede de casar
Tremeliques liques liques
Trigueirinho
(no video a sua musica)
Lisboa Sede de Mar -poema de Marilia Gonçalves
Nostalgia - poema de Marlia Gonçalves
A BARCA que Vai no Rio -poema de Marilia Gonçalves
Lisboa Sede de Mar -poema de Marilia Gonçalves
Nostalgia - poema de Marlia Gonçalves
A BARCA que Vai no Rio -poema de Marilia Gonçalves
SOBRE A MUSICA E OS BOICOTES A ARTISTAS NOS MEDIA
Porque será que de anos para cá temos este inevitável direito a tanta mediocridade, para não dizer pior, quando nos impõem 'artistas' [ salvo seja] que apenas denotam a tremenda herança obscurantista de que ainda não conseguimos livrar-nos.
Onde nos andam os bons intérpretes?
Raio! Olha que os há e grandes! Pois não senhor... Aí vai que nos despejam sem consulta prévia as mais descabidas mostras anti culturais que nem o mau gosto pode imaginar
De tanto grande nome a empoeirar no tempo. Nomes que esses sim ilustram o País a que pertencem
Ah Não passam por que são de esquerda?
Olhem lá e que culpa temos nós os que carregamos no botão de rádio ou televisão que sejam esses mesmos artistas os mais preocupados com questões de qualidade artística
Nós o que queríamos era acordar ao som de vozes que no elevam o país, que são janela aberta sobre a expressão cultural portuguesa, que nos integram na s raízes que são nossas para melhor nos repartirmos universais e fraternos!
Pois é ! Mas esses não se ouvem ou muito pouco.
Na televisão quase nem se vêem, Nas rádios entretidas em fazer barulho com o que apenas confunde, não há tempo para sonoridades instrumentais ou vocais coerentes no desejo de trabalhar para um publico que lhe merece todo e o melhor respeito
Não me venham com a cantiga, de que ' é do que gostam, é isso que compreendem' pois isso, era o velho discurso da época salazarista
Não se procurava dar ao povo senão a escala atingida, sem nunca propor um, nem que fosse um só degrau a mais. A não ser que fosse para descer.
Não, não se trata de eruditos apenas, até na música tradicional e popular portuguesa, há vozes que no estrangeiro são apreciadas sobremaneira.
Dou por prova e exemplo o compositor e cantor Arlindo de Carvalho, o homem que escreveu o célebre Chapéu Preto' ai que lindo chapéu preto ai que lindo chapéu preto naquela cabeça vai...
Pois vai, mas o pior é que a nós andam a enfiar-nos o garruço, e bem abaixo dos olhos no-lo querem enfiar
Devem crer-nos parvos, incapazes de reconhecer trigo do joio
Mas voltando ao Arlindo de Carvalho, que mesmo interpretando essa música alegre que propõe ao povo, também não passa senão raramente e pouco divulgado é.
Sabem que o Arlindo de Carvalho foi refugiado político em França.
Sabem que o Arlindo de Carvalho que hoje está com 78 anos é o compositor duma canção que todos conhecemos bem: E que muitos d'entre o povo português cantaram? E que dizia assim:
camponês a terra é tua não a queiras ver roubada
A terra a terra é de quem a trabalha
E o pão irmão na mão de quem o ganha
Pois foi ele mesmo! Como também escreveu a canção a Penamacor, por terem lá estado fechados entre outros, grandes nomes da resistência portuguesa ao fascismo, e que diz assim:
ó Penamacor ó Penamacor quanto sonhador por ti penou...
Por isso se quisessem ou antes se os deixassem livres de agir os média podiam oferecer-nos um vastíssimo leque de ARTISTAS tanto eruditos como populares e tradicionais , porque abundam em Portugal.
País onde não falta sol, flores nem poetas e os artistas são manancial inesgotável.
Assim aqui fico aguardando o dia de ver dignificar a Língua Portuguesa e a Cultura, a que o povo que trabalha e respira em Portugal tem o mais legítimo direito.
Marília Gonçalves
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