Deitei um malmequer no meu lençol
Mas o lençol era lençol diferente
Cantava nele a voz dum rouxinol
Trazia em si a voz de toda a gente
Espalhou as pétalas, pontos cardeais
Semeado de pão e luz do sol
Pétalas sangue não verter futuramente
Da carne sensual de cada pétala
Espalhou as vibrações pelo ar sem fundo
Cada gota de chuva foi cristal
Arco-íris de toda a cor do Mundo.
As aves aprenderam novos trilos
O ar tornou-se mais azul
e mais fecundo.
Ergueram-se poetas de outras vidas
Retomaram a pena
Ao novo dia.
Ouviram-se pelas lezírias novos cantos
No tempo musical de Poesia
Pintores saíram as paletas
Cada tom de novo renascia
O ser humano era sublime e bom
Brotava então das fontes
Luz do dia.
O malmequer de meu lençol risonho
Em cada nova pétala nascia
Um não findar de flores
E de sementes
Espelhando o ser humano e o novo Dia.
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