Pesadelo
Fecho os olhos um pouco
Fico à escuta
Vejo chaves ou guizos de metal
Lenço que voa e que me acena
Branco de paz
Uma dor percorre os ossos do meu corpo
espero
Sinto presente o infinito
Durmo acordada
Respiro com dificuldade
Nova guinada nova dentada
Bomba de gasolina desenhada
Estrada
Pedaços de metal que se definem
Uma janela antiga num prédio de gaveto
A persiana é verde
tudo o mais é preto
Ressalvo alva cortina
no canto levantada
Uma ave forjada é toda negra
Desenha-se no muro
frente a estrada
O mais continua escuro
por detrás da janela
De vez enquanto espreita
Um solitário vulto.
Uma mão seca, magra
Segura o torniquete da janela.
Marília Gonçalves
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