Adormeci de cansaço
mas vê tu que meu sonhar
se abria sobre o terraço
donde fitavas o mar.
Vi-te flor da emoção
como esboço de caminho
nascido na tua mão
ou asa fugida ao ninho.
Minha voz presa na tua
cantava no teu olhar
minha noite à luz da lua
meu sal meu trigo meu mar.
Pão na seara da fome
que por ti eu fui escrevendo
sem que haja força que dome
o que fui ou que vou sendo.
Meu amor quero ir contigo
aonde tu fores irei
será meu corpo o abrigo
do mundo que te sonhei.
Meu orvalho da manhã
chuva no solo de estio
sou tua amante ou irmã
erva semente navio.
Estendo a teus pés o meu manto
sou eu repara sou eu...
que por ti transformo o pranto
no verso que amanheceu.
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