Não vou Dizer de Abril o que foi Dito
Não vou dizer de Abril o que foi dito Nem dos cravos direi o que serão Que foi a Liberdade e é Infinito E é perfume a pétalas de pão.
Não vou dizer de Abril o que Abril sabe Nem dos Homens de Abril digo quem são: Uma explosão da luz que o sonho invade E transforma as ruas em canção.
Não vou dizer de Abril (faltam fonemas) que Abril teve um só nome: Portugal dizer que se rasgaram as algemas é ficar muito aquém de quantas penas findaram num país de sangue e sal.
Não vou dizer de Abril quanta tortura O povo viu ceder nesse arraial Quando se ouviu cantar quem mais ordena São os filhos do povo em Portugal!
Não vou dizer de Abril de ideia aberta Que esse céu mais azul, Abril o fez Que cada encontro era uma descoberta E renascia o povo português.
Não vou dizer de Abril cada fronteira Esboroada no longe, na distância nem que ali começava a terra inteira e que o Mundo estava na Infância.
Abril começava o novo verbo Articular de mãos gesto fraterno Como voz infantil que num caderno Escreve a frase final: Fim do Inverno! Marília Gonçalves
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