é dia de poema
é dia de poema
meu amigo
é dia de poema e de cantar
o coração ao abrigo
da intempérie de amar.
é dia, amanheceu
na noite quando
o instante despertou
nas vozes cegas cantando
dentro daquela que sou
é dia e renascem as searas
do pão amadurado no poema
colheita de palavras
a tilintar nas luzes do fonema.
é dia meu amigo
a voz é clara
quando diz o que sente
o poema antigo na voz rara
que surge de repente.
Marília Gonçalves
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