Vidas Prisionáveis - Fernando Rosas
- Testemunh o Completo
Em seguida ao testemunho uma pergunta pertinente veio da assistência. Porquê a PIDE não teve um julgamento em relação e em proporção aos crimes cometidos, já que cada pessoa que lhes passou pelas mãos aquando de cada interrogatório, era, por si só, merecedor do maior castigo.
A RESPOSTA:
mesmo os que chegaram a ser presos, beneficiaram das consequências de 25 de Novembro, e acabaram sendo postos em liberdade!
Que Vergonha!!!
Marilia Gonçalves
Poema
ALERTA O FASCISMOE O NAZISMO MATAMPOEMA de Marília GonçalvesACUSOCavalo de ventoMeu dia perdidoO meu pensamentoAnda a soluçarPor dentro do tempoDe cada gemidoCom olhos esquecidosDo riso a cantarQuem foi que levouA ânfora antigaOnde minha sedeFui desalterarSementeira de astrosQue o olhar abrigaPor fora dos versosQue hei-de procurarQuem foi que em murmúrioNa fonte gelavaEssa folha brancaAonde pensarQuem foi que a perdeuLevando o futuroPor onde o meu barconão quer navegarQuem foi que manchoua página claraCom água das sedesQue eu hei-de contarQuando o sol doiravaAs velhas paredesDa mansão perdidaDe risos sem parQuem foi que levouOs astros azuisDo meu tempo lindoMeu tempo a vogarPor mares de estrelasVermelhas abrindoQuando minhas mãosQuerem soluçarNão mais sei quem foisó sei que foi quandoa noite vestiu o dia que eraE todos os sonhosPartiram em bandoFugindo de mim e da primaveraMas há na memóriaDa minha retinaA voz que se negaA silenciarCom dedo infantilErguendo a meninaDiante do réuEm tempo e lugar!!!
ALERTA O FASCISMO
E O NAZISMO MATAM
POEMA de Marília Gonçalves
ACUSO
Cavalo de vento
Meu dia perdido
O meu pensamento
Anda a soluçar
Por dentro do tempo
De cada gemido
Com olhos esquecidos
Do riso a cantar
Quem foi que levou
A ânfora antiga
Onde minha sede
Fui desalterar
Sementeira de astros
Que o olhar abriga
Por fora dos versos
Que hei-de procurar
Quem foi que em murmúrio
Na fonte gelava
Essa folha branca
Aonde pensar
Quem foi que a perdeu
Levando o futuro
Por onde o meu barco
não quer navegar
Quem foi que manchou
a página clara
Com água das sedes
Que eu hei-de contar
Quando o sol doirava
As velhas paredes
Da mansão perdida
De risos sem par
Quem foi que levou
Os astros azuis
Do meu tempo lindo
Meu tempo a vogar
Por mares de estrelas
Vermelhas abrindo
Quando minhas mãos
Querem soluçar
Não mais sei quem foi
só sei que foi quando
a noite vestiu o dia que era
E todos os sonhos
Partiram em bando
Fugindo de mim e da primavera
Mas há na memória
Da minha retina
A voz que se nega
A silenciar
Com dedo infantil
Erguendo a menina
Diante do réu
Em tempo e lugar!!!
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