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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

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Castro Alves
Jornal de Poesia

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Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

GABRIEL PEDRO (1898 - 1972)

 

 
GABRIEL PEDRO (1898 - 1972)
Combatente de extraordinária coragem e rara 
fibra revolucionária, bateu-se contra o regime
 desde jovem e até morrer. Em Outubro de 1936,
 juntamente com o filho Edmundo Pedro,
 embarcou para o Tarrafal, onde sofreu 
violentos castigos na "frigideira" 
 e na "brigada brava". Com quatro compan
heiros, tentou uma fuga, já que tinha conhecimentos
 marítimos e sabia manobrar um barco, 
mas sem sucesso. Esteve encarcerado no 
Campo do Tarrafal durante 9 anos, até ser abrangido
 pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041,
 de 18 de Outubro de 1945.
.
 
Gabriel Pedro nasceu em 22 de abril de 1898, na freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa, filho de Marta da Conceição e de Sebastião Pedro.
Marítimo, cresceu em condições particularmente difíceis entre Lisboa e o Samouco e começou a trabalhar muito novo, nomeadamente na faina da pesca, o que muito contribuiu para um invulgar conhecimento do mar e das técnicas de navegação, permitindo-lhe, sempre que corria perigo, refugiar-se no Tejo para escapar às autoridades e à prisão.
Acompanhou e viveu as sucessivas revoltas desencadeadas entre o derrube da monarquia, em 5 de outubro de 1910, e o triunfo da ditadura militar, em 26 de maio de 1926, empenhando-se na defesa da República contra 
as forças monárquicas ou fascizantes: com 12 anos, a caminho da lota de Lisboa depois de uma noite de pesca em Alcochete, presenciou as movimentações de grupos revolucionários republicanos, civis e militares, que fizeram triunfar o novo regime; em dezembro de 1917, quando fragateiro, observou o movimento militar chefiado
 por Sidónio Pais; em janeiro de 1919, associou-se
 às movimentações populares contra a revolta monárquica
 centrada na Serra de Monsanto; em 18 de abril de 1925, 
aquando da revolta militar que procurava antecipar os
 tempos de ditadura, enfileirou no seu combate, reforçando
 a sua desconfiança em relação ao comandante 
da Polícia Cívica de Lisboa, o tenente-coronel 
João Maria Ferreira do Amaral, integrando, 
 em 15 de maio, o grupo responsável pelo atentado 
 que o feriu com gravidade, sendo por intermédio 
de Gabriel Pedro que Paulo da Silva, o elemento 
mais procurado, se conseguiu esconder e embarcar,
 em Sacavém, para França.
Depois, Gabriel Pedro envolveu-se em assaltos 
de "violência revolucionária", nomeadamente 
a uma ourivesaria na Rua de São Paulo, em Lisboa, 
em fevereiro de 1926, fazendo com que tivesse 
de partir, clandestinamente para África.
Estava já casado com 
Margarida Tavares Fernandes Ervedos
 o e tinha três filhos: Edmundo Pedro (08/11/1918 
- 27/01/2018), João Pedro (1920-1935) e
 Germano Tavares Pedro. Desembarcou em Luanda, 
onde trabalhou e permaneceu vários meses, passou
 por Bolama, na Guiné, e, por falta de ocupação, 
seguiu para a Cidade da Praia, em Cabo Verde,
 sempre de forma clandestina, reencontrando 
nestes dois últimos locais vários companheiros deportados que lhe asseguraram a sobrevivência.
Ao fim de ano em meio em África, j
á sob a Ditadura Militar, acabaria por ser preso
 em Cabo Verde, detetado pelas autoridades 
por ter eniado dinheiro à sua mulher. 
Após dois de meses de cativeiro, recebeu ordem
 para regressar a Lisboa, onde tinha à espera 
a Polícia de Informações, passou pelos 
calabouços do Governo Civil, do Limoeiro e
  do Forte de Monsanto, sendo deportado, em 1927, 
para a Guiné, acusado de pertencer à Legião Vermelha.
O certo é que, enquanto marítimo conhecedor
 do rio, conseguiu fugir quando estava a bordo do 
navio Infante de Sagres, atirando-se ao Tejo e nadando 
para um buque que o recolheu. Primeiro, 
 escondeu-se no Samouco, terra da mulher e, 
passados uns meses, refugiou-se em Espanha,
 ainda que por pouco tempo.
Com a libertação de sua mulher, presa há algum tempo,
 resolveu voltar: reuniu-se à família, 
trabalhava como pintor e envolveu-se em conspirações reviralhistas. Preso por denúncia, seria deportado, em inícios de maio de 1928, para a Guiné, embarcando no Gil Eanes para Bolama, onde permaneceu cerca de três anos, até ao desencadear
 da Revolta das Ilhas, em Abril de 1931. 
Aderiu ao movimento revolucionário triunfante 
desencadeado em 17 de abril e, com a rendição 
 
dos sublevados da Madeira e dos Açores,
 Gabriel Pedro foi um dos que, mediante 
um acordo assinado entre os revoltosos 
da Guiné e as autoridades portuguesas, 
partiu para o Senegal, tendo por destino 
final Espanha: em 27 de maio, com mais
 22 companheiros, embarcou de Dacar para 
Las Palmas, onde chegou no vapor Doukkala,
 seguindo, no Escolano, para Cádis. Com a
 implantação da República em Espanha, 
foi-lhe concedido asilo político, rumando 
para Sevilha, onde voltou a conspirar nos 
meios reviralhistas portugueses.
Após entrar em Portugal clandestinamente pela fronteira de Ficalho, fracassado o movimento de 26 de agosto de 1931, regressou a Sevilha,
 onde foi descarregador no porto, trabalho 
 
arranjado por intermédio do
 Socorro Vermelho Internacional. Foi nesta 
cidade que, por intermédio de Pepe Díaz,
 se filiou no Partido Comunista Espanhol
 e participou,
 em março de 1932, no seu IV Congresso, 
assim como a mulher (1) e o filho João Pedro
, este na qualidade de pioneiro.
Contactado pela delegação do 
Partido Comunista Português 
para ingressar na clandestinidade (2), talvez devido às numerosas prisões ocorridas na sequência dos preparativos do 1° de Maio em Lisboa, Gabriel Pedro regressou e passou a estar, formalmente, ligado àquele partido. 
Na clandestinidade, manteve uma casa alugada 
na Rua S. Sebastião da Pedreira, transformada
 em sede central do PCP e onde se reuniam os 
principais dirigentes, nomeadamente 
Alfredo Caldeira, Bento Gonçalves, 
Francisco de Paula Oliveira (Pavel) e José de Sousa. 
Integrou o Comité Regional de Lisboa, 
teve responsabilidades na Comissão Inter-Sindical 
(CIS) e envolveu-se nos preparativos 
do 18 de Janeiro de 1934, nomeadamente
 na recolha de bombas explosivas e na realização,
 em 29 de dezembro de 1933, de um comício 
relâmpago na Rocha de Conde de Óbidos, de
 forma a publicitar a greve junto dos operários da
 Administração do Porto de Lisboa.
Na noite de 17 para 18 de janeiro, 
participou nos acontecimentos de Xabregas e de Chelas,
 estando previsto o assalto ao Posto da Guarda Fiscal.
 Preso em 29 de janeiro 
e levado para a Trafaria, cruzou-se nos calabouços 
do Governo Civil com a mulher e o filho, 
Edmundo Pedro, presos em janeiro de 1934 
noutras circunstâncias políticas. Julgado pelo 
Tribunal Militar Especial em 8 de março de 1934,
 foi condenado a dez anos de degredo 
e seguiu, em 8 de setembro, para Angra do Heroísmo
 onde, num dos muitos castigos, conheceu a
 "poterna", um cubículo húmido subterrâneo com
 água sempre a pingar, mesmo no verão, onde eram 
fechados os presos durante vários dias, individualmente
 ou em grupo, sem qualquer agasalho, sufocados pela falta
 de ar e pelo cheiro nauseabundo dos próprios dejetos.
Em outubro de 1936, juntamente com o filho Edmundo 
Pedro, este vindo de Lisboa, embarcou para o Tarrafal, 
onde sofreu castigos duradouros na "frigideira" e na 
"brigada brava" e tentou uma fuga, já que tinha 
conhecimentos marítimos e sabia manobrar um barco,
 com mais quatro companheiros (3).
Abrangido pela amnistia estabelecida pelo 
Decreto-Lei n.º 35.041,
 de 18 de Outubro de 1945, foi libertado
 em 9 de dezembro de 1945 e regressou a Lisboa, 
 no paquete “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946.
 Instalou-se em Almada, trabalhou como estivador
 do porto de Lisboa e, em abril de 1947, na sequência
 da greve de solidariedade dos portuários 
(descarregadores, estivadores e fragateiros) 
com a dos operários dos estaleiros navais, assumiu
 diversos projetos comerciais que, devido ao insucesso,
 o levaram a ficar como contínuo da Incrível Almadense.
Participou, desde o seu lançamento, na campanha 
 presidencial do general Humberto Delgado e, 
na sequência de uma manifestação evocativa
 de Elias Garcia, em Almada, realizada em 
13 de maio de 1958, voltou a viver semiclandestino
 até emigrar para França, onde arranjou emprego 
e fixou residência.
Teve, sempre, relacionamento respeitoso e afetivo 
com os anarcossindicalistas, que conhecia desde 
muito novo e com quem colaborara em diversos 
atos, e continuou a sua militância política, pontuada 
com divergências com militantes do Partido Comunista, 
nomeadamente no Tarrafal e em França.
 Em 1970, já com 72 anos, regressou a Portugal
 para integrar a ARA, Ação Armada Revolucionária, 
 estando envolvido na sua primeira iniciativa: a 
 
colocação de explosivos no casco do navio 
«Cunene», de forma a sabotar a sua participação 
na Guerra Colonial.
Faleceu em 2 de fevereiro de 1972, em Paris. 
Deixou um relevante texto manuscrito, 
intitulado Acontecimentos Vividos, datado
 de 1 de Agosto de 1971. A viúva, 
Maria Adelaide Ribeiro da Fonseca Pedro,
 entregou-o ao Partido Comunista
 depois do 25 de Abril de 1974
 e encontra-se publicado pelas 
edições avante! (2015).
Notas de HP :
(1) Ver biografia de Margarida Ervedoso em https://www.facebook.com/.../a.559109110.../888537487922298/
(2) Quando em 1931 participaram no IV Congresso do PCE que ali teve lugar, em consequência de uma intervenção de Margarida Ervedoso neste congresso, foram contactados pelo Partido Comunista Português. Convidados pelo PCP a aderirem e a tornarem-se funcionários políticos, o casal Gabriel Pedro e Margarida Ervedoso aderiram ao PCP e regressam a Portugal.
[Wikipedia]
(3) Em Memórias - Um Combate pela Liberdade,
 (Editora Âncora), Edmundo Pedro descreve uma
 rocambolesca tentativa de fuga do Tarrafal. 
À margem da organização prisional do PCP, E
dmundo Pedro, Gabriel Pedro (seu pai), 
Augusto Macedo, Tomás Rato e
 Nascimento Gomes planearam uma fuga 
quase ignorada na bibliografia tarrafalista [Entrevista de Edmundo Pedro ao Diário de Notícias, em 29/10/2006].
.
Biografia em «Memória Comum»

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