A
Praça, a Praça é do povo
como
o céu é do condor.
CASTRO
ALVES
Vem
desce à rua
poeta
meu irmão!
No
mundo a plebe
continua
nua,
vem
traz-
lhe o teu poema-coração.
Lembra
Castro Alves
verdadeiro!
Voz
dorida, sincera.
Ele
foi o primeiro!
Nós
continuação
do
que ele era!
São
precisos versos d’emoção!
Versos
pra despertar
a
letargia de cada coração
vem
prá rua cantar!
Recorda
o menino que dizia
que
a Praça era do Povo!
Tal
como nesse dia
acordemos
à voz da poesia
a
Esperança, o Mundo Novo!
A
nossa voz, irmãos de poesia
será
circulação universal!
Românticos
poetas, cada dia
terá
de ser, semente triunfal!
Há
senhores, escravatura
hoje
diferente, agrilhoando a voz
o
pensamento! A nossa gente!
Castro
Alves virá à nossa frente
mostrar-nos
a luta do presente!
Vem
desce à rua
de
braço dado não temos medo
o
sol ilumina-nos o dia
nos
confins do degredo!
Escuta
a voz
do
poeta que em mim fala
espelho
da tua voz!
Não
é poeta aquele que se cala
poetas
somos nós
que
iremos avançando...
abrindo
a noite
incendiá-la
em luz!
Vencendo
a lama atroz
que
o mundo exala.
Para
abrir céus azuis.
Vem!
Vamos despertar a humanidade
em
cada ser humano!
Atravessemos
os campos a cidade
dia
a dia, ano a ano!
Então
nosso cantar terá sentido
Castro
Alves condor
trás
em versos o povo reerguido
saiamos
do torpor.
Poetas:
nossos
versos, o poema
tem
seiva de vida secular
vamos
quebrar aos povos a algema
que
agrilhoa o pensar.
É
chegado o tempo de outra luta
elevemos
a Esperança
à
certeza final que nos escuta
como
atenta criança.
Unidos
braço a braço, forte voz
faremos
ecoar no infinito:
findou
o reino do algoz
só
ele é o proscrito!
Vamos
abrir os cofres onde pão
sem
serventia não tem outro valor.
Que
repartido dê a cada irmão
a
Dignidade, semente do Amor!
Voltemos
a dar à poesia
a
força da voz dos oprimidos!
Poetas
saiamos para o dia
não
queremos sofrimento nem gemidos!
Esse
mundo fraterno que Jesus
ao
mundo prometeu
será
de Paz compreensão e luz
entre
crente e ateu.
A
poesia tem o dedo apontado
contra
o usurpador.
Não
queremos nunca mais o pão fechado
não
queremos ver mais dor.
Poetas!
Castro
Alves está presente!
Vamos
seguir-lhe o passo!
Nunca
mais nos morra friamente
um
irmão de fome, de cansaço.
É
urgente mostrar à Juventude
a
beleza do Mundo!
Acabando
de vez com a torpitude
nós
trazemos do fundo
humanos
fraternos sentimentos
para
cada criança!
o
mundo pacifico criemos
fraterna
luz de Esperança!
Então
voltará a alegria
e o
terceiro milénio
será
enfim
o Mundo
da harmonia
em
nova transfusão de oxigénio!
Respiremos
de paz!
Consciência
justa
nada
tem a temer
venha
do mundo inteiro
a
voz que faz
a
nossa voz romper!
Do
Grito Solidário e Futurista
o
Mundo Vai Nascer.
Marília Gonçalves
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