Jacarandás desenhavam memória insatisfeita. Suspeita de oceano em calmaria ou braços de laguna.
O céu azul esmaecera até ao ressurgir caiado da cidade.
Jardim no centro de encontros no tempo realizável.
A mesa permanece frente à doca.
Fácil sentar à imaginação amigos ou conhecidos de outrora.
Teriam passado anos? A lembrança trazia até ao cheiro da maresia os mesmos traços fisionómicos.
O céu azul esmaecera até ao ressurgir caiado da cidade.
Jardim no centro de encontros no tempo realizável.
A mesa permanece frente à doca.
Fácil sentar à imaginação amigos ou conhecidos de outrora.
Teriam passado anos? A lembrança trazia até ao cheiro da maresia os mesmos traços fisionómicos.
Não o tempo não havia mudado.
Surgiam as mesmas conversas sobre a arte, a política, a história da cidade. Entre amigos. Amigos nas lágrimas do presente em aceno de solidão. Que solidão? Se à mesa estão presentes todos os que estavam dantes. E em redor da mesa o bulício. A cidade perfumada de Verão com instinto de mar. A confundir o oceano da saudade, distante e tão presente.
Risos de pequenada nos balouços. Décadas de riso, ininterrupto. Crianças a girar vida sempre.
Amigo critica rima de poeta romântica e rebelde.
Olhos esvoaçam na copa das árvores onde pássaros confundem sonhos com os de poetas e de crianças.
Faro a despertar na noite em que adormece o grito amarelo do sol.
Mas no futuro presentes, nós sabemos que filhos de nossos filhos, virão contemplar em nova mesa, mesmos tons de poente a despertar em nós.
Inesquecível Ria. Formosa. Assim te chamarão Todos os Tempos.
Marília Gonçalves
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