Se houvesse de eleger a melhor balada do poeta, recordaria aquela em que Alberto de Oliveira encontrava “doce ritmo de embalo de rede de pena”. Já foi lida nesta Casa e há pouco repetida por outro poeta de vossa Companhia, o Sr. Pereira da Silva. Mas não sei também resistir ao prazer de uma nova leitura desses versos harmoniosos, e tão naturais, que nos fazem esquecer as advertências e duvidar de que sejam tão grandes os obstáculos, que o Príncipe das Baladas venceu brilhantemente: (esta balada encontrava-se no primeiro tratado de versificação que estudei e também na TEORIA GERAL DE VERSIFICAÇÃO )
Se houvesse de eleger a melhor balada do poeta, recordaria aquela em que
Alberto de Oliveira encontrava “doce ritmo de embalo de rede de pena”.
Já foi lida nesta Casa e há pouco repetida por outro poeta de vossa
Companhia, o Sr. Pereira da Silva. Mas não sei também resistir ao prazer
de uma nova leitura desses versos harmoniosos, e tão naturais, que nos
fazem esquecer as advertências e duvidar de que sejam tão grandes os
obstáculos, que o Príncipe das Baladas venceu brilhantemente:
(esta balada encontrava-se no primeiro tratado de versificação que estudei e também na TEORIA GERAL DE VERSIFICAÇÃO )
Pela rosácea do vitral, desfeito
Em cores, entra o pálido luar!
Dorme! Entre as névoas de teu alvo leito
Vejo-te o seio brandamente arfar...
Dorme! Lá fora dorme o velho mar.
Na muda noite, a abóbada infinita
Apenas vela, e, trêmula, palpita.
Dorme! Nos campos adormece a flor
E a ave no ramo, que o Favônio agita,
Como tu, adormece, meu amor.
Em vão procuro ouvir, em vão espreito
Se nesse inocentíssimo sonhar
O meu nome se escapa de teu peito,
E a minha imagem tentas abraçar...
Ah! Se estiveras tu no meu lugar!
Dorme! Das rimas a caudal bendita
Desta boca febril se precipita
Num som dulcíssimo e acalentador...
A alma, que eu trouxe antigamente aflita,
Como tu, adormece, meu amor.
Dorme! Nem sabes como contrafeito
Vejo-te os lábios sem os não beijar...
Com que desejo, mas com que respeito
Contemplo a tua carnação sem par!
Dorme! Como tu, dorme o nenúfar
Da fria linfa na prateada fita...
Só de meu coração a surda grita
Se escuta no silêncio esmagador!
A lembrança das horas de desdita,
Como tu, adormece, meu amor.
Ofertório
Rainha deste ser, dorme, e acredita
Que aos brancos pés te deixo a alma precita,
Misto de ciúmes, de êxtasis, de ardor...
Ai, dorme... a voz que estes cantares dita...
Como tu... adormece... meu amor...
(esta balada encontrava-se no primeiro tratado de versificação que estudei e também na TEORIA GERAL DE VERSIFICAÇÃO )
Pela rosácea do vitral, desfeito
Em cores, entra o pálido luar!
Dorme! Entre as névoas de teu alvo leito
Vejo-te o seio brandamente arfar...
Dorme! Lá fora dorme o velho mar.
Na muda noite, a abóbada infinita
Apenas vela, e, trêmula, palpita.
Dorme! Nos campos adormece a flor
E a ave no ramo, que o Favônio agita,
Como tu, adormece, meu amor.
Em vão procuro ouvir, em vão espreito
Se nesse inocentíssimo sonhar
O meu nome se escapa de teu peito,
E a minha imagem tentas abraçar...
Ah! Se estiveras tu no meu lugar!
Dorme! Das rimas a caudal bendita
Desta boca febril se precipita
Num som dulcíssimo e acalentador...
A alma, que eu trouxe antigamente aflita,
Como tu, adormece, meu amor.
Dorme! Nem sabes como contrafeito
Vejo-te os lábios sem os não beijar...
Com que desejo, mas com que respeito
Contemplo a tua carnação sem par!
Dorme! Como tu, dorme o nenúfar
Da fria linfa na prateada fita...
Só de meu coração a surda grita
Se escuta no silêncio esmagador!
A lembrança das horas de desdita,
Como tu, adormece, meu amor.
Ofertório
Rainha deste ser, dorme, e acredita
Que aos brancos pés te deixo a alma precita,
Misto de ciúmes, de êxtasis, de ardor...
Ai, dorme... a voz que estes cantares dita...
Como tu... adormece... meu amor...
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