Despedida
Dor não é, porque a revolta
é inútil neste caso
quando se nos fecha a porta
à promessa que é o passo
de nada serve que doa
só o espanto nos habita
tão distante que esboroa
cada pensar que palpita.
Tudo se reduz a nada
só a cor mantém o tom
da promessa condensada
na estridência que há no som.
Espanto nas mãos e no gesto
espanto da voz que não diz
senão o leve protesto
de quadro riscado a giz.
Aceitação conformismo
derradeira negação
do semeado optimismo...
Outono a cobrir o chão.
Marília Gonçalves
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