Se uma dor te invadisse cega e muda
ali onde palavras escurecem
quando anoitece até a luz da lua
e as pedras pela rua te amortecem.
Se te visse tal como menino
sobre a laje onde jaz meu coração
mas sempre tão vibrátil como um hino
elevado à potência de canção.
Se te viesse de obscuro olhar
que mares lavaram em água interior
eu faria mortos caminhar
para ver-te florescer
meu terno amor.
Se te visse tal como no berço
esperar de mim o leite e a resposta
eu inventava um mundo no começo
treparia por ti qualquer encosta.
Mas o silêncio veste cada passo...
o grito que trago é de raiz
a esboroar montanhas onde faço
erguer à luz a funda cicatriz.
Meu grito troaria pelo espaço
rasgaria barreiras e e no cume
havia de inscrever em letras de aço
a jura de findar cada queixume.
Mas o silêncio veste cada hora
paira gelado em teu sorriso triste
e se tudo na vida me é negado
ergo o olhar a ser que não existe.
Desde o berço que trago em minha luta
a força de promessa desmedida
amálgama de luz que me disputa
cada vitória a custo conseguida.
deixo em cada berço o meu olhar
e grito no meu nome cada mãe
para que a luz do sol veja calar
a dor dum filho que cada mãe tem.
Marília Gonçalves
ali onde palavras escurecem
quando anoitece até a luz da lua
e as pedras pela rua te amortecem.
Se te visse tal como menino
sobre a laje onde jaz meu coração
mas sempre tão vibrátil como um hino
elevado à potência de canção.
Se te viesse de obscuro olhar
que mares lavaram em água interior
eu faria mortos caminhar
para ver-te florescer
meu terno amor.
Se te visse tal como no berço
esperar de mim o leite e a resposta
eu inventava um mundo no começo
treparia por ti qualquer encosta.
Mas o silêncio veste cada passo...
o grito que trago é de raiz
a esboroar montanhas onde faço
erguer à luz a funda cicatriz.
Meu grito troaria pelo espaço
rasgaria barreiras e e no cume
havia de inscrever em letras de aço
a jura de findar cada queixume.
Mas o silêncio veste cada hora
paira gelado em teu sorriso triste
e se tudo na vida me é negado
ergo o olhar a ser que não existe.
Desde o berço que trago em minha luta
a força de promessa desmedida
amálgama de luz que me disputa
cada vitória a custo conseguida.
deixo em cada berço o meu olhar
e grito no meu nome cada mãe
para que a luz do sol veja calar
a dor dum filho que cada mãe tem.
Marília Gonçalves
Sem comentários:
Enviar um comentário