A pátria é nos lugares onde a alma está acorrentada.
Voltaire
Penso como se não fosse poesia
Monólogo interior
de ritmo de imagens
alquimia de dor e alegria
a inventar viagens
Na cor do devaneio
Levanto alicerces aéreos
raízes desordenadas
com olhar todo cheio
da recusa
dessa dor que rejeito.
E vou parindo versos
Como filhos
Uivo em fundo d’esperança
A abrir universos pelos trilhos
prolíferas crianças.
Marília Gonçalves
Marília Gonçalves
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Sigo no rumo dos dias
vou atrás de cada som
a desfazer poesias
a crer ainda o homem bom.
Minha voz volta ao caminho
sem saber porque o deixou
se voltou à poucochinho
na forma que sempre sou.
Tudo o que vem e me envolve
me molda idêntica a mim
se problema dissolve
ou se não lhe vejo o fim
o mesmo credo infantil
a mesma esperança persiste
como se parir Abril
fosse povo que resiste.
Porém na sombra ficou
o silêncio dos incautos
alheios ao que não dou
às vozes de seus arautos.
Mas se na luz me procuro
revejo a mesma vontade
de acreditar no futuro
mesmo a murmurar saudade.
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