Poema dito na sessão de homenagem à memória do Dr. Filipe Pereira Oliva, ilustre investigador e tiflólogo, ex-Director da Secção de Invisuais da Biblioteca Nacional e também Presidente da Associação de Cegos Luís Braille, sessão que se realizou no passado dia 1 de Outubro no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Telheiras.
O Filipe Oliva fazia parte do grupo dos meus amigos de infância.
A AMIZADE É ETERNA
De pé, hirtos no cais vimos partir,
navegando por esse mar de treva,
o navio de sombras que te leva
imperturbável como que a dormir.
Porém, continuamos a sentir
dentro de nós o teu suspiro leve,
a tua fala num murmúrio breve,
o teu jeito mavioso de sorrir.
Ninguém nos pode impor a tua ausência
nem retirar de nós a inteligência
que integra a tua alma tão modesta.
Por isso ergues-te aqui na nossa frente.
Tu não partiste, não. Tu estás presente
sentado na memória que nos resta.
Carlos Domingos
De pé, hirtos no cais vimos partir,
navegando por esse mar de treva,
o navio de sombras que te leva
imperturbável como que a dormir.
Porém, continuamos a sentir
dentro de nós o teu suspiro leve,
a tua fala num murmúrio breve,
o teu jeito mavioso de sorrir.
Ninguém nos pode impor a tua ausência
nem retirar de nós a inteligência
que integra a tua alma tão modesta.
Por isso ergues-te aqui na nossa frente.
Tu não partiste, não. Tu estás presente
sentado na memória que nos resta.
Carlos Domingos
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