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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

adormeceste meu amor

 

Venho ler-te poemas ao ouvido

para embalar teu sono por chegar.

Vêm musas trazer-me som sentido

baladas que estão por inventar.


De Hipocrene a água transparente

vem aumentar a sede insatisfeita

eu vou dizendo versos brandamente

para acalmar a dor que em ti me espreita.


Seguro-te a cabeça devagar

deponho terno beijo em tua fronte

versos continuam a brotar

indo estender-se até ao horizonte.


Vens poisar a testa no meu seio

como suave beijo adormecido.

Eu a ver o teu olhar tão cheio

d’imagens que deponho em teu ouvido.


Enfim adormeceste meu amor

há palavras que voam sem poisar.

Dos teus olhos a sombria flor

procura os meus làbios devagar.

 

 Marilia  Gonçalves


 




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