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terça-feira, 10 de setembro de 2024

claridade

 

À tua espera em meus lábios há trigo

em minha mão paisagem vicejante.

Na minha voz há o cantar de amigo

nascido no inicio do instante.


Sobre a colina o feno dorme louro

sorriso solar vai-se esvaindo

o teu corpo distante meteoro

acena-me de longe e vai fugindo.


À tua espera nascem-me manhãs

nós olhos que entardecem sem saber

brotam cantatas rubras e pagãs.


Até à claridade me doer

as noites eternizam-se

proximidade que nunca chega a ser.

 

 

 Marilia  Gonçalves

 

 


 



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