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sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Canciones de la Guerra Civil Española / Rolando Alarcón / Album Completo
Franquismo ,a guerra civil em Espanha, matou um milhao de pessoas e logo z seguir mais de 1200 00
a olhar para o Barreiro.
POEMA TEJO
Estendida ao vento
a cidade tem nos olhos
a brancura em que se agita.
tem voz de rio marinheiro.
Ancorada ao oceano
Lisboa tem voz de ABRIL
a olhar para o Barreiro.
Uma Palavra Silêncio
Uma Palavra Silêncio
Na tua voz nasceu o primeiro dia
despertou minha pele, coração
em tardes estivais em tua mão.
Na tua voz aprendi cada momento
tornei-me vendaval e tempestade
procura de incessante movimento
que fosse mais futuro que saudade.
Na tua voz doeu o teu silêncio
doeu cada frase por dizer
em gesto inacabado que não penso
ser, mais que uma palavra por escrever.
RETRATO ADOLESCENTE
RETRATO ADOLESCENTE
Ou desordem ou quimera
templo pagão ou tormenta
ou nevão ou primavera
Ou lírio branco ou papoila
ou acácia da manhã
ou noite que se esboroa
ou Hipocrene ou titã
Ou persistência divina
ou fugaz impertinência
ou coração de menina
ou terrível inclemência.
Caminho de adolescente
à procura do instante
entre nascente e poente
negando a dor. Caminhante.
memória do tempo
no espelho do jardim
aguas dormem
vozes de nenúfar.
aves ou pétalas perdidas
do perfume infantil.
rios a procurar
além de visual promessa
a memória do tempo.
Marília Gonçalves
bafo de vento respira
Orvalho na teia fulgurante
estremece gota a fio
cristal facetado a ondular na Íris
adepto da forma
bafo de vento respira
voz sem mácula
vibrações de lira.
Marília Gonçalves
os poetas
Da cor da vontade pressentida
são vozes de todos os poetas
amálgama de noite, madrugada
rompendo o ar em fala como setas.
Marília Gonçalves
Alicerces Teresa Veludo
Alicerces
Os alicerces da
minha casa
são feitos de raízes,
raízes fundas do norte agreste
as paredes essas são socalcos de xisto,
das janelas vejo Franças e outros mundos,
nas mãos calejadas enchadas de dor,
velhos barcos navegando o vinho.
Lá onde não há relógios e o sol
marca o compasso do tempo,
as águias tudo vêem no seu voo
rasgando penhascos e montanhas altivas.
Nasci num Maio ao acaso
nas margens verdes das águas bravas,
senti o frio cortante do isolamento,
noutro tempo, outras fomes.
Já fumega o comboio, já se ouve o chiar
da bicicleta do carteiro, a corneta da carrinha do peixe,
chicharro do grande, sardinha seca,
rabos de bacalhau que é um luxo,
o Sr. Joaquim tem galinha para a menina
comer uma canja que anda desmedrada,
dizem que quer partir para longe...
que este rio não lhe basta,
sofre de tristeza e ninguém conhece a razão,
escreve versos à noitinha e chora desalmada.
Os alicerces da minha casa são raízes,
tão fundas que vão até à lonjura do mundo,
quiz ver para onde corria o rio sempre tão cheio
e saber a cor do mar onde diziam se perder,
partir, partir para lá das montanhas,
abrir o azul dos meus olhos nos horizontes
que só se abria em espanto em noites de sonhos.
Teresa Veludo
Livro No Ventre do Silêncio









