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Não fora a pulHítica

 Não fora a pulítica

 


 

Sede de mim!

 

Sede de mim!

Harmonia

que ainda não inventei

desfaço-me dia após dia

nada sei.


Descubro apenas que sou

o começo do meu ser

voz na voz que me calou

e me rasga e faz doer.


Silêncio ao longe esquecido

ou murmúrio do jardim

incompreensão gemido

acorda dentro de mim.

 

 


 

fabtasque


 

 

A porta bateu? Ou bateram à porta? Quando a porta bate é porque há corrente de ar.

 E quando batem à porta qual é a ideia corrente? São ladrões. Não de portas. 

E nem os ladrões batem à porta nem as portas batem nos ladrões. 

E a porta tem corrente. Mas não corre, porque se corresse a porta não era porta,

 era corredor. E o corredor nunca fica à porta. Entra sempre.


Ou sai. Mas quando sai, sai a correr. Quando entra, não.

 Entra só corredor e nós às vezes é que corremos para entrar. 

E Saímos pela porta que bate antes antes dela bater porque

 senão pode bater-nos a nós. E ficávamos sem a voz com o susto.

 Porque se ficássemos com o susto e com a voz não se diria de nós

 que foi a porta que nos bateu por causa da corrente de ar. 

Podia dizer-se que o ar nos deu e fomos bater à porta.;


A porta bateu? Ou bateram à porta? 

A culpa foi do ar que não faltou. Se o ar faltasse não havia corrente e

 o corredor não saia a correr nem entrava a porta porque lhe faltava o ar.


Assim a culpa é do ar se a porta não bateu  nos ladrões

 que não bateram à porta. Entao porque diabo é que a porta bateu?




Marília Gonçalves

 


 

















ESCREVER...


 

ceifas Portugal Vindimas Mondadeiras Pescas Mulheres em Luta

 

Turismo é amor é vida

se cada um que vier

na paisagem conseguida

sentir um povo a viver.

 

 




 


A Aveiras de Cima

 

A Aveiras de Cima



Num caminho de poeira

branco de sol e cavado

chuva de estação inteira

que outra estação semeava

a areia que se fora

longos sulcos prolongava.


Caminho da minha infância

passou e torna a passar

lavrando a mesma distância

que caminho veio sulcar.


Meu pinhal dali partia

cheio de verde e de sol

eu, na areia estendia 

voz de povo rouxinol.


Não rouxinol de garganta

mas que gravou no caminho

o pó dos versos que canta

mesmo se chora baixinho.



M.G.

 


 



KIKO


 

Potros


 

cânticos pagãos.

 Sobe o som
a cor revive
enlaça mãos transparentes
olhos de seiva possível
estão ausentes.
Distante chuva
desperta às tuas mãos
cristal de laranja, uva
verte cânticos pagãos.


Marília Gonçalves





 

 

Falar verde

água de outro dia

no muro ainda é

o que era então

nuvem luz e poesia

floco de sonho na mão.


A sede do pomar

adivinhara

proximidade de vida

água era chuva, exultava

por estar presente,

ser apetecida.


 

Poème

 



UNAMUNO

 Aucune description de photo disponible.

continuação!...

 

Há flores de lótus 

nos longínquos olhos

profundos lagos

abertos para a luz

onde a vida reflecte

por instantes

pensar que nos traduz. 


Irmãos além da seiva

alem do sémen

mais longe que a distancia

é a fusão 

da memória dos dias da infância

meu irmão.


Dias passados escrevem-nos a história

que há-de contar-nos para além do fim

imagens que pertencem à memória

não só de ti nem de mim!


Mas a todos aqueles que moldaram

uma estrela polar na nossa mão

em nossos peitos pra sempre 

semearam

continuação!...


Aqueles que partindo, em nós ficaram

meu irmão. 

  

 



 

 

 

 



Poema

 


fonema.

 

Atinge-me cada som

eco sílaba poema

translúcida ave evapora 

sonho do fonema.

 

 

 

 

 


 

 

 

SEM O SUL NUNCA

 


Cantata verde

água do dia

leve nuvem, poesia

desenhar do sonho.


Na sede do pomar

antiga água

vem cantar.


Vozes de Verão

caiam Primavera

limite de cigarra

de outra era.