Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

sábado, 20 de julho de 2024

 

A VIDA HOJE PAGOU-ME TUDO O QUE ME DEVIA!
OBRIGADA
 
LININHA

Esqueci a cor dos meus olhos

 

Esqueci a cor dos meus olhos

onde vida despertava 

perdi-os em mar d’escolhos

ou em campo onde os abrolhos 

em mim própria semeava.


Esqueci o róseo sorriso

irmão de flores do jardim .

Perdi-me do paraíso

como água tão preciso 

que morro dentro de mim.


Esqueci o gesto de paz

que me abria o coração

agora ninguém mo traz

só eu sei que falta faz

misto de amor e de pão.


Esqueci meu velho caminho

Não sei como regressar.

Oiço-o  falar-me baixinho...

A sua voz de carinho

põe-me a alma a soluçar.


Nenhuma mão se me estende

ninguém cala este torpor...

Etéreo braço me prende

à vida que se me ofende

é por dívida de amor



 Marília Gonçalves 

 


 

Oiço cantar o silêncio

 

Meus olhos seguem a paisagem

tudo vêem, tudo vão buscar

perdidos entre folhagem

são pássaros a voar.


Oiço cantar o silêncio

voz ou mistério lunar

grita em mim tudo o que penso

no misticismo a paira



 

musical esfera

 

Deponho beijo nos lábios

azuis de mel e de som

musical esfera de sábios

em rotação invisível...

Pressentimento d’essência

na sementeira do tempo.

 

 


 

 

navegar

 

Aqui é o lugar

hoje é o tempo

futuro presente

que não passa.

Incógnita cidade

a navegar

em remoinho de luz. 

 





Poema a Maria À mãe de meu pai, minha lembrada avó

 

 

Poema a Maria
À mãe de meu pai, minha lembrada avó
 
Quanto muro quanta casa que paredes
lavaste com teus olhos fontes rios
quanto chão regaste com as sedes
que te levam mundo fora, além navios.
 
quantas urnas de sal perdido sol
caiaste com teu leite
quanto silêncio se fez no rouxinol
do flamenco aceso no teu peito?
 
Que trilhos, que caminhos percorreste
no obscuro tempo verdes anos
 
que em alva cabeleira converteste
e não lhe chamem erros, desenganos
porque hora a hora mulher em ti crescente
livre do sono dos ancestrais decanos.
 
Marilia Gonçalves
 

                               BARROCAL ALGARVIO

 

Le jour ou l’amour cesse de grandir

il commence a mourir.

 

Sentiment d'abandon et dépendance affective, quel lien ?