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sábado, 15 de junho de 2024

valentina tolkunova canta

 

Большой сборник песен Валентины Толкуновой

 

Valentina Tolkounova enregistre une douzaine d'albums

 durant sa carrière ; elle remporte à plusieurs reprises

 le prix de la meilleure Chanson de l'Année

 et reçoit le titre d'artiste du peuple de

 l'La Unión Soviética - URSS 

Alerta

 

Minhas filhas chamem os amigos !



Alerta


Grita filha !

há uma aranha

na brancura da parede

que peçonhenta, tamanha

vai tecendo sua rede.

Grita filha !

essa fobia

É protecção natural 

contra a aranha sombria

que além de símbolo

é mal !

Grita com todas as forças !

Grita porque há mesmo perigo

essa aranha uma cruz negra

é o pior inimigo.

Por meu amor não te cales !

Grita filha 

tua mãe

impele-te pra que fales :

contigo grito também !

Essa aranha que se estende

tem o passo marcial

com fúria que surpreende

o incauto, em voz fatal.

Grita filha

o bicho imundo 

sai vertiginosamente

da sombra vinda do fundo

em veneno de serpente.

Tal a jibóia medonha

enrola-se, abraça o mundo

pra ir crescendo em peçonha.

Introduz-se em toda a parte

tudo corrói e desfaz

É inimiga da Arte

do Ser Humano da Paz.

Grita filha !

mas tão alto

num grito tão verdadeiro

que desperte em sobressalto

o que não quer ver primeiro.

Essa aranha pestilenta

odeia a própria Cultura

em fogueira que alimenta

livro após livro censura.



Opõe à Humanidade

a sua força brutal

por onde ela passa invade

mata o constitucional !

É um monstro repelente :

primeiro ataca o mais fraco 

para ir seguidamente

oculta em cada buraco

destruir a Liberdade.

Inimiga da diferença !

Grita !

minha filha Grita !

Faz ouvir tua presença.

Aponta o bicho feroz,

mostra-o, sacode os amigos

com a força da tua voz !

Grita !

esse enredo de perigos !

Grita filha ! Desta vez

esse grito é racional

porque essa aranha é o não

ao direito universal.

Sem medo abre tua boca !

Grita alto ! Grita forte !

Porque toda a força é pouca

Para lutar contra a morte.

Grita ! Grita minha filha

não te cales nunca mais :

não se veja outra Bastilha

prendendo os próprios jornais !

Que teu grito seja infindo

circule dê volta ao mundo,

jovem voz entusiástica

erguendo o povo profundo 

contra a bandeira suástica.

 

 

 

 


 

 



Meio Século

 


Meio Século



No tempo em que os cavalos

tinham patas de vento

o voo ultrapassava a dor

e as raízes

quando sonhos azuis

não podiam montá-los

a desenhar o sulco

de térreas cicatrizes.


No tempo em que os cavalos

não escolhiam caminho

levantavam as crianças

do solo atraiçoado

no tempo dos cavalos

e das imperatrizes, as leis,

eram sombra de quem ia montado.


No tempo em que os cavalos

desenharam memória 

da cor da sua cinza

sobre a cinza dos dias

no tempo em que o terror 

era vê-los, olhá-los

como vento a passar sobre histórias vazias.


No tempo em que os cavalos 

numa cidade inquieta

galopavam no tempo

que não queria parar

uma mancha de sangue

desenhava-se preta

nos dias ressequidos

a perder-se no mar.


No tempo em que os cavalos

eram maiores que a estrada

havia vozes cegas

ou olhos por gritar…

no tempo em que eram monstros 

que vinham dispará-los

sobre a esperança nascida

que não queria murchar…


No tempo dos cavalos

no tempo dos cavalos

na Pátria ia crescendo

a raiva popular.

 

 

 

 


 












Aos amigos

 

Aos amigos



É bom falar contigo

bom, dar a nossa voz a quem

a sabe olhar

é triste falarmos com ninguém

com o silêncio apenas a escutar.


É bom ter uma voz na distância

é um eco ou uma infância

a escutar de espanto nosso rosto…


É bom velejar e ser verdade

como luz a arder-nos na saudade

para rirmos do que era só desgosto.


É bom descobrir fraternidade

é bom dizer futuro, dizer há-de

é bom dentro de nós voltar ao porto.

 

 

 

Marília


*

águas de Tejo

 

Lisboa em águas de Tejo

vem desaguar-me na mão

cada verso é mais um beijo

saído do coração.

 

Lisboa cidade rosa

olhos caiados de sol

ó asa de mariposa

em vozes de rouxinol.

 

Lisboa cidade rara

meu berço ninho ao luar

há sonoridade clara

no adormecer do mar.

 

Lisboa o céu incendeia

o teu brilho teu fulgor

como tela ainda cheia

da alma dalgum pintor.

.

 

Lisboa das Avenidas

pregões, ruas e mercados.

A vida de tuas vidas

flor silvestre, loiros prados.

 

Lisboa em ti eu deponho

na saudade que tu és

toda a imagem de sonho

do Tejo a beijar-te os pés.