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quinta-feira, 23 de maio de 2024

semente do homem novo que de nós há-de nascer! Marília Gonçalves

 

Celeiro de abundância

vazio, à fome de alguém

bate-te à porta a infância

famélica ao pé da mãe.

 

Inútil pão doutro dia

nos olhos de ver morrer!

Quem pode ter alegria

por a semente prender?

 

Vendavais! Levem o muro

que prende o pão de amanhã.

Sementeira do futuro

a negar a vida vã.

 

Só quando livre a seara

crescer em pão mundial

a manhã será mais clara

nas margens do ideal.

 

Quando fluente o olhar

vier poisar de mansinho

na forma do verbo amar

pelas curvas do caminho

 

Nós então seremos povo

seremos gente a valer

Celeiro de abundância

vazio, à fome de alguém

bate-te à porta a infância

famélica ao pé da mãe.

 

Inútil pão doutro dia

nos olhos de ver morrer!

Quem pode ter alegria

por a semente prender?

 

Vendavais! Levem o muro

que prende o pão de amanhã.

Sementeira do futuro

a negar a vida vã.

 

Só quando livre a seara

crescer em pão mundial

a manhã será mais clara

nas margens do ideal.

 

Quando fluente o olhar

vier poisar de mansinho

na forma do verbo amar

pelas curvas do caminho

 

Nós então seremos povo

seremos gente a valer

semente do homem novo

que de nós há-de nascer!

 

Marília Gonçalves 

 

  

 

 


  

 

 

Crianças do mundo

 

Aos meus filhos

netos e netas

às mundiais crianças

 

Cotovia branca

azul manhã d’ouro

um rouxinol canta

pra ti meu tesouro.

 

Luminosa asa

menino a sorrir

de mão dada vamos

uma roda abrir.

 

Crianças do mundo

irmãs da amizade

um abraço amigo

de terna vontade

dêem coração

e a confiança

criança do mundo

és a nossa esperança.

 

 

 


 

 

 


AOS CAMARADAS FAMILIARES HUMANISTAS

 

Ó corações eternos da manhã 

do crepúsculo

Ó amantes da vida

que a morte nos levou

onde estão os sorrisos

que sol iluminaram

onde está vossa voz

o eco necessário?

Onde está vossa força

essa ribeira mansa

a fluir, a cantar,

da fonte da esperança?

Onde está vosso gesto

que por leve se impunha

essa voz de protesto

o verbo que liberto

nosso olhar impelia.

Ó corações eternos

há no pó dos caminhos

o sangue que deu vida 

e a vida alimenta.

A poeira não esquece

a índole da terra

nasceu do trigo puro

que vós fostes um dia

.