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quarta-feira, 15 de maio de 2024
o sonho estendeu o tempo
ENTRE REALIDADE
Sonhei o sonho estendeu o tempo
com tom de mar
perfume de vento
vi meninos a brincar
a correr pelos montes
borboletas voando
abrindo os horizontes.
Os meninos de então
antigos bibes a voar
voavam sobre vinhas da memória
eram pão da nossa velha história.
Surgiu a carocha, burra preta
num passeio sem fim
e tu eras um sonho loiro
a esvoaçar dentro de mim.
Marilia Gonçalves
As andorinhas voltaram
As andorinhas voltaram
Traziam a primavera
Na alegria que levaram
De quem meses esteve à espera.
Andorinhas que trazem
Até nós doce sorriso
Vêm encher nossa voz
De timbre de paraíso.
Andorinha primavera
Flores aladas, luz do sol
Passam tangentes à estrada
Onde à noite o rouxinol
Enamorado das rosas
E dos cravos do jardim
Solta na voz mariposas
Que poisam dentro de mim.
Marília Gonçalves
Meu País é Marinheiro Marilia Gonçalves
Meu país é marinheiro
virado pró mar azul
nosso canteiro sequeiro
na longa seca do sul.
Meu país é marinheiro
virado para o mar largo
mal esqueceu do cativeiro
amargo fundo letargo.
Meu país é marinheiro
virado para o mar alto
vai num bote cavaleiro
cavalgando sobressalto.
Meu país é marinheiro
a vogar no mar da fome
é ninho de aventureiro
que o vende rói e consome.
Levado na maré
vai vogando tristemente
baixa-mar sem preia-mar
com vazante e sem enchente.
Meu país é marinheiro
virado para o futuro
teu povo, teu faroleiro
acende uma luz no escuro.
Meu país é marinheiro
não volta mais ao passado
daqui para o mundo inteiro
lança fraterno o seu brado!
Marilia Gonçalves
Cavaleiro do mar
cavalgando nas vagas
com velas no olhar
a sobrevoar fragas
o oceano tem asas
que ecoam e palpitam
cavaleiro das ondas
a rolar infinitas.
habitantes das águas
vindos desde a infância
acenar-te essas mágoas
que se chamam distância
o mar uma lagoa
a despir calmaria
quando o sonho esboroa
até a poesia.
sobre o dorso redondo
quando o mar se formava
baleeiro ou um touro
Pelas águas voava.
Marilia Gonçalves
.
Aveiras de Cima Poema de Marilia Gonçalves.
São campos verdes, doirados
são pinhais e são vinhedos
são mãos de calos gretados
memória dos meus segredos.
A burra preta, a Carocha
paciente passeava
pela estrada, pela encosta
tudo o que em mim s’espantava.
O velho forno do pão
em dia de cozedura
no gesta daquela mão
que fazia pão ternura.
Casais, eu nunca m’esqueço
do que por ti aprendi
valor de tão alto preço
que à distância me sorri.
Na menina que em mim chora
há o momento que canta
o tempo que foi embora
e que me espanta, me espanta!
Marilia Gonçalves.
Lola Flores Limosna De Amores
Lola Flores tinha Amigos entre os Resistentes Portugueses


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