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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Tuas mãos abertas

 

M.G.




Luminosamente quando

a tua voz me invadir

como estrela que gritando

foi a luz que fez surgir

quando ao som da tua voz

o meu corpo for só teu

há-de surgir entre nós

cada  som que emudeceu.


Quando às tuas mãos abertas

o meu corpo responder

quando forem quase certas

as horas de amanhecer.

Quando meus lábios enfim

poisarem vivos nos teus

nascerá, entoa em mim

talvez a crença num deus.


Quando meu corpo abraçado

ao gesto másculo teu

o meu olhar inundado

do espasmo pra que viveu

quando me encontrar perdida

no escuro da tua pele

hei-de render-me vencida

a ti, meu amor, aquele

que atravessou os caminhos

desde há milénios traçados

doce gorjeio de ninhos

verdes abundantes prados...

pra nossos corpos sozinhos

não serem ultrapassados.


História a escrever caminho

dois amantes enlaçados.

 

 

Marília Gonçalves 

 


 



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