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sábado, 14 de setembro de 2024

flor inerte

 

Roseira do meu amor

a vida foge

deixa saudade

do tempo ido

solitário hoje

consciente do valor vivido.

 

Efémera passagem

juventude

a contemplar água parada

espelho antigo

a vida que se esfuma

só em nossa saudade

encontra abrigo.

 

Roseira do meu amor

oh roseiral dorido

esmaeceste na cor

mesmo minha dor

é um jardim perdido.

 

Roseira do tempo que sentia

sem saber sentir

a vida entre riso me fugia

eu, sempre a mesma a rir.

 

Roseira dos espinhos que hoje tenho

a flor da dúvida tem igual tamanho

ao d’alegre inocência

doutro dia.

 

Roseira rubra roseira brava

cada dia em minh’alma vem e grava

agreste mundo que adivinho

fui eu, a menina, a sonhadora,

enquanto a olhar oiço agora

o eco tão distante

que só de interpretá-lo-me parece

ter no seio cavalo que alvorece

entre espinhos rubros que tu és

minha antiga roseira abandonada

para alem desta dor nao és mais nada

senão a flor inerte aos próprios pés.

 

 

   


 

 


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