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domingo, 29 de setembro de 2024

Contradição O NOME DA MALDADE

 POEMA DE AGOSTO DE 1985  FARO


 O NOME DA MALDADE

 

 

Eu não acredito na maldade

eu sei que há pessoas

que fazem mal

sei que há ódios e guerras

mesquinhez e incompreensão

sei que os dicionários

estão cheios de palavras

que sendo diferentes

se aproximam muito

umas das outras

todas elas redundam em falta de amor

mas é inacreditável

que o amor possa transformar-se em ódio

que o próprio amor

possa gerar incompreensão

era como se o sol

fosse fonte de escuridão

isso eu não compreendo

nao compreendo que o gesto

seja tomado por ausência de gesto

que o olhar seja cegueira

e que a voz que se levanta

seja insultada

não compreendo

o que vai dentro das pessoas

que acreditam na maldade

a maldade não existe

existe ignorância

que me importa

que me importa que falem

de lobos de cordeiros

eu não sou cordeiro

nem sou lobo

eu sou o ser humano

e vou pela vida fora

e na minha vida

há muitas vezes pedras

aonde eu tropeço

que me magoam me rasgam

mas continuo a ser

o Ser humano

nunca acreditarei na maldade

que me rasguem as pedras todas do mundo

eu continuarei a ser eu

o Ser Humano

não nasceu para a maldade

e ainda quadro a veja

quando a sinta

eu, para ela conheço

sempre o mesmo nome

ignorância.

 

 

 Talvez por essas razões

ou por falta delas, não perdoo. 

 

  Marília Gonçalves

                         

 


 

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