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sábado, 10 de fevereiro de 2024

Vagos

 

Não eram nuvens apenas
havia verdes sinais
marcas do fundo do tempo
palavras miniaturais.
 
Arquitectura dos dias
sobrepostos e imensos
águas azuis fugidias
perfume cinza d’incensos.
 
Vagos reinos d’alabastro
nau de marfim ancorada
sem velas leme nem mastro
uma Fenícia alagada.
 
Ventos que perdem o rumo
pra virem precipitar
em ondulações de fumo
sonhos que estão por sonhar.
 
A pedra informe se enrola
Desenha espumas e mar
a girar como uma bola
que se pressente no ar.
 
A cidade que se estende
reflexo do mundo
nossos olhos ata, prende
ao oceano profundo.
 
Marília Gonçalves
 

 



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