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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Fico a contemplar o verso escrito

 

Fico a contemplar o verso escrito
Como se pó de estrelas varrendo o infinito
Viesse a descair em linha recta
Sem saber se a escrita ali nascida
É o sangue da vida
Ou sangue de poeta
E nesse almejar de inventores
Como se ouvisse o rufo de tambores
A noite ali desperta
Não sabe quem escreve
Se é o poeta ou se é a poesia
Qual dos dois escreve o outro
Saltam versos em fusão
Desse grito de chão
Sob cascos de potro.
 
 

 

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