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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

luzinha

 

Se a cor do tempo me leva

onde nunca ninguém foi

luzinha a furar a treva

de quanto há tanto me dói

é que talvez me aperceba

nesse recanto de mim

do verso que de mim escreva

o segredo donde vim.

Se em palavras cambaleio

nas voltas que sempre dou

quando trago o olhar cheio

do mar que em mim se lavou

é que no som que procuro

há cutelos acerados

que esbracejam rente ao muro

dos versos silenciados.

Vou a caminhar na rima

sempre à procura de mim

sempre longe

e, mais acima

do que nunca chega ao fim.



              Marília Gonçalves

 


 

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