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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Camões

 

Lisboa, Camões

versos a nascer

desfilam estações

no tempo a correr

pró velho poeta

que domou a fome

e nela quedou...

Cidade no nome 

de quem tanto amou.


Cidade de versos

nessa poesia

que filha do sol

canta nostalgia

que mais se diria

seres tu, rouxinol..


Andam pelas ruas

ainda perfumes

do Mal-Cozinhado

Que estranho destino

Camões, sobre o Hino

ao tempo passado.


Lusíadas chama

ao canto que ao povo

oferece em memória

cada Canto novo

grandeza derrama

sobre treda história.


Em verso levanta

À Pátria que esquece

Seu alto valor

Do saber encanta

numa só garganta

tamanho esplendor.

                                    

Camões teu poema

Ainda faz escola

Tremendo dilema

Sobre a dura algema

Do troveiro à esmola.

 

Teu cantar de gesta

Eleva ao azul

Ainda a beleza

Que é pão sobre a mesa

Dum país ao sul.


Foi amargo o fado

Amarga a vingança

Dalgum deus irado

Que lança seu brado

Na Pátria criança.



O teu Luso amor

Esse dom maior

Da tua consciência

Germinou em dor

Espalhou-se em redor

Co’a mesma inclemência.


O choro dorido

Amargo sentido

Do rei dos poetas

Virou-se renhido

Contra o país querido

 Em pragas secretas.


Talvez tua fome

Ainda a pairar

Se enleie do nome

Pra que ninguém tome

O teu soluçar.


O país inteiro

Sofreu o castigo

De tua desdita

Nem foi só ao Rei

que Camões olhou 

por fora da lei.


Camões teu poema

Ainda faz escola

Tremendo dilema

Sobre a dura algema

Do troveiro à esmola.

 

 Marília Gonçalves

 


 

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