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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Estanho


NO MAR AGOSTO 2011



O olhar cheio de tempo
num murmúrio musical
harpejos lentos de vento
sumo do sol roseiral

mãos aladas gota a gota
esvoaçam sombra do dia
praia perdida gaivota
a marulhar poesia


véu azul desce do templo
onde se perdem os gestos
repetido movimento
passos lestos

escorrem dias como lágrima
pérolas d'água vertida
desdobrar múltiplas páginas
sempre na história caída

cintilam escamas movendo
vago do azul perdido
soa em metáfora O tempo
no velha mar incendido.

Marília Gonçalves

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