Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

segunda-feira, 14 de março de 2011

Guerra Colonial

Associação 25 de Abril - Secretaria
 Guerra Colonial

Cara(o) associada(o)
 
A pedido da Associação Portuguesa de Escritores, divulgamos em anexo o programa do ciclo de debates que a mesma organiza, no âmbito dos 50 anos de início da guerra colonial.
Como podem ver, estão abertas as inscrições, nomeadamente para o primeiro encontro - 29 de março às 19.30 no restaurante Respública, na sede da A25A.
Cordiais saudações

A Direcção



MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DO INFANTE D. HENRIQUE
MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DA LIBERDADE


A GUERRA COLONIAL
PRESENÇAS E REGRESSOS –

COORDENAÇÃO DE LUÍS MACHADO






Dia 29 de Março
GEOGRAFIAS DA GUERRA
(Restaurante Respublica - Associação 25 de Abril) – 19H30
Fernando Rosas, José-Augusto França, Martins Guerreiro, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço

Dia 19 de Abril
A LITERATURA PORTUGUESA DA GUERRA COLONIAL
(Restaurante Via Graça) – 19H30
Carlos Vale Ferraz, João de Melo, José Correia Tavares, Luís Rosa, Manuel Alegre e Vergílio Alberto Vieira


Dia 24 de Maio
CANTAR A RESISTÊNCIA E ESCREVER A LIBERDADE
(Café Martinho da Arcada) – 19H30
Francisco Fanhais, José Manuel de Vasconcelos, José Mário Branco, Manuel Freire, Maria Manuela Cruzeiro, Mário Vieira de Carvalho, Michel, Ruben de Carvalho e Vitorino



Moderadores: José Manuel Mendes, José Manuel de Vasconcelos e Luís Machado



ORGANIZAÇÃO: ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES




APOIOS: ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL, FUNDAÇÃO PORTUGAL-AFRICA E ANTENA1


Rua S. Domingos à Lapa, 17 | 1200-832 LISBOA PORTUGAL | Telefone +351 21 397 18 99 | Fax +351 21 397 23 41
e-mail: info@apescritores.pt | http://www.apescritores.pt


 

Adriano Correia de Oliveira



Canção Tão Simples
 
 

Canção do Soldado, Adriano Correia de Oliveira



Eugénio de Andrade - Poesia

viver em poesia
             
              O lugar da Casa

        Uma casa que fosse um areal
        deserto; que nem casa fosse;
        só um lugar
        onde o lume foi aceso, e à sua roda
        se sentou a alegria; e aqueceu
        as mãos; e partiu porque tinha
        um destino; coisa simples
        e pouca, mas destino:
        crescer como árvore, resistir
        ao vento, ao rigor da invernia,
        e certa manhã sentir os passos
        de abril
        ou, quem sabe?, a floração
        dos ramos, que pareciam
        secos, e de novo estremecem
        com o repentino canto da cotovia.

                           Eugénio de Andrade

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer. 

                               Eugénio de Andrade




Eugénio de Andrade - Abril



Brinca a manhã feliz e descuidada,
como só a manhã pode brincar,
nas curvas longas desta estrada
onde os ciganos passsam a cantar.
Abril anda à solta nos pinhais
coroado de rosas e de cio,
e num salto brusco, sem deixar sinais,
rasga o céu azul num assobio.

Surge uma criança de olhos vegetais,
carregados de espanto e de alegria,
e atira pedras às curvas mais distantes
- onde a voz dos ciganos se perdia.