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domingo, 30 de janeiro de 2011

Vê moinhos? São moinhos! Vê gigantes? São gigantes!

 poema de Gedeão

 Impressão digital



Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

 Impressão digital  

António Gedeão, in "Movimento Perpétuo", 1956

Comunicado do Coronel Andrade da Silva














Em nome do Ministério da Defesa Nacional ( MDN) o general Luis Sequeira, então, Secretário Geral do MDN, atribuiu a um grupo de tarefa, constituido pelas Doutoras Ana Romão, Sandra Queiroz, Mestre Mafalda Rodrigues, Coronel engenheiro Bruno Brito, tenente coronel psicólogo Mário Silva, Dr. Rui Carrriço  do Instituto Superior de Tecnologias Avançadas, Major Sociologo Marcello Borges, Tenente Advogado Artur Mimoso, jurista dr. Álvaro Santos, e a mim, como coordenador o estudo da deficiência nas Forças Armadas. Trabalho que foi considerado e realizado, como um desígnio Nacional. Esta investigação foi realizada em parceria entre o MDN e o Instituto Superior das Tecnologias Avançadas ( ISTEC).

No próximo Domingo a revista do jornal Público vai publicar um artigo sobre este assunto, pelo que no Interesse da Infornação Nacional, dos deficientes  das Forças Armadas e da Investigação Cientifica peço-vos que adquirem o Jornal e divulguem pelos vossos contactos esta informação,em nome dos valores invocados.

Em 4 de Fevereiro comemora-se mais um aniversário do inicio das hostilidades em Angola.

Abraço fraterno e amigo

Andrade da Silva




"É o fim de um tabu. Os ferimentos físicos são a grande queixa, não o stress crónico", diz João Andrade da Silva, coronel na reserva e coordenador do trabalho, surpreendido quanto ao resultado da investigação, cuja principal motivação foi o stress de guerra dos militares que combateram na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Comentário dos autores: "Nada haveria de surpreendente se o grosso das queixas configurasse stress pós-traumático tardio. Mas, em vez disso, mais de metade referem-se a ferimentos simples e múltiplos." O coordenador acrescenta que "o dado mais inesperado é andarmos ainda a tratar de queixas do foro biológico" ao fim destes anos.

António Ramos Rosa Poesia





Não posso adiar o amor para outro século 

não posso 
ainda que o grito sufoque na garganta 
ainda que o ódio estale e crepite e arda 
sob as montanhas cinzentas 
e montanhas cinzentas 

Não posso adiar este braço 
que é uma arma de dois gumes amor e ódio 

Não posso adiar 
ainda que a noite pese séculos sobre as costas 
e a aurora indecisa demore 
não posso adiar para outro século a minha vida 
nem o meu amor 
nem o meu grito de libertação 

Não posso adiar o coração.




 António Ramos Rosa


Carlos Paredes

Porque morrem os Artistas, deixando-nos mais pobres e sós?





O Livro da Semana José Gomes Ferreira POETA MILITANTE


 





José Gomes Ferreira

CHOVE!

Chove...

Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove...

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.



Fiozinho da Fonte


Nasce uma fonte
Rumorejante
Na encosta de um monte,
E, mal que do seio
Da terra brotou,
Logo o seu veio
Transparente e diligente
Buscou e achou
Mais baixo lugar...
.............
************
Ao brotar da dura frágua,
É uma lágrima...

Mas esse humilde fiozinho
Que um destino bom impele,
Encontra pelo caminho
Um outro que é como ele ...

Reunem-se, fundem-se os dois,
Prosseguem de companhia,
E fica dupla depois
A força que os leva e guia ...

Juntam-se aos dois um terceiro,
Outros confluindo vão,
O regato é já ribeiro,
E o ribeiro é rio então ...

E nada agora o domina
Ao fiozinho da fonte,
Entre colina e colina
Ou entre um monte e outro monte.

Caminha sem descansar
Circula através do mundo ...
Até à beira do mar
Omnipotente e profundo ...

(Augusto Gil)

este foi um dos primeiros  poemas que disse em publico com cerca de sete anos