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domingo, 30 de janeiro de 2011

António Ramos Rosa Poesia





Não posso adiar o amor para outro século 

não posso 
ainda que o grito sufoque na garganta 
ainda que o ódio estale e crepite e arda 
sob as montanhas cinzentas 
e montanhas cinzentas 

Não posso adiar este braço 
que é uma arma de dois gumes amor e ódio 

Não posso adiar 
ainda que a noite pese séculos sobre as costas 
e a aurora indecisa demore 
não posso adiar para outro século a minha vida 
nem o meu amor 
nem o meu grito de libertação 

Não posso adiar o coração.




 António Ramos Rosa


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