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domingo, 3 de agosto de 2025

 

Quem levou de mim 

Ânfora d’oiro 

Teus sonhos de antemanhã 

Se esquife fenício ou moiro 

Sepultou como tesoiro 

A esperança temporã . 



Altera antiga cadência 

Perverte o olhar do tempo 

Vai ao âmago da essência 

Da sementeira do vento. 



Quando nada mais te resta 

Além da fímbria do dia 

Devora e palcos e festa 

E tristeza e alegria 



Morde a vida com os olhos 

A espelhar tanto caminho 

Como colheita de abrolhos 

Na tua cama de arminho. 



Marília Gonçalves