Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

areias

 

Acender estrelas

na pele do mar

 liquidas velas

 a esvoaçar


 luzes na noite

olham as águas

o universo

ergue-se em fábulas

espalha pela noite

mitos e lendas

o mar desfaz brancas as rendas

espuma a escrever imensidão

sobre as areias. 

Contemplação.. 

 

 

 Marilia Gonçalves

 

 


 

uma lágrima

 

  Quando uma lágrima corre

traz dos caminhos do mundo

histórias que ninguém ouviu

no seu íntimo profundo

por isso chove nos olhos

por isso é que vidas choram

até saberem contar

o silêncio que calaram

em tanta verdade vista

silenciada e aflita

vozes caladas que uivaram...

 

Marília Gonçalves 




 

A Sandra a chorar de emoção abraçada a um golfinho. Mãe

 A Sandra a chorar de emoção abraçada a um golfinho.

 Mãe


la lagune improvise maintes tonalités RIA FORMOSA

 

 RIA FORMOSAA

 

À fleur de l’eau, la lagune improvise maintes tonalités. Le matin vient d’éclore. De la nuit subsistent d’étranges références aux bleus qui se dissipent peu à peu.

Le soleil prisonnier de l’aube lance au loin de lumineuses promesses. Nuances vagues qui s’entremêlent aux obscurités fugitives. La lagune est un nid. De parfums, de mouvements, de sons, de vie. Elle emmène au loin nos yeux, les entrainant dans ses courants à marée changeante.

Feu, or, diluent l’étain initial. Nos yeux suivent l’envol aquatique d’où rêves et jours s’échappent.

Nous récupérons par la mémoire, par l’affectivité, le regard qui s’enfuit au loin. Les mots sont musique, couleur.

L’eau en une seconde nous convie au voyage initiatique de nos sens. Des profondeurs salées, réminiscence d’anciens pleurs, s’élèvent la magie authentique, puissante de la vie.

Le clapotis léger ajoute à cette partition de notes graves, d’instrument lointain à la recherche de sa finalité.Lagune aux remous qui éveillent mythes et légendes traversées par le temps dans la mémoire des voiliers perdus. Sommeil que l’imagination seule touche de son souffle. Prolongement infini d’étrangetés ou tels les éléments, le sang de l’histoire s’éveille à la mémoire du temps passé.



Marilia Gonçalves






Chopin - Waltz in C Sharp Minor (Op. 64 No. 2)

1

 

VALSA DE CHOPIN
Com que começava o meu Programa "ECO MITO E POESIA NO RCP-PORTUGAL FM EM VILLEJUIF
SAUDO MEUS COLEGAS-DOMINIQUE STOENESCO. ELISA DRAGO, E TINO COSTA.
com um amistoso Pensamento de Saudade para o Nosso Presidente Carlos Duarte e Manuel da Conceição assim como para Maria do Carmo Amiga imensa.
 
Marilia Gonçalves

 

O Homem das Castanhas - Carlos do Carmo

:a

 

Houve tempo, em que eu sonhava, com pastores que soubessem música e a tocassem, guardando o gado, ou os rebanhos; ou que fossem poetas a exprimir nos seus versos, quanto viviam ao longo do ano, ou pensadores, reflectindo, no tempo as suas vidas! sonhos de Poeta apenas? talvez não!

 

orgias de silêncio

 

Amor meu amigo meu afecto

Nasce na noite e surge repetida

A imagem que é toda a minha vida

És tu! Tu, que entre orgias de silêncio

Sabes todo o que penso

por quanto em ti adivinho

meu amor meu homem meu caminho


Semeias estrelas noite funda sem cor

E tudo sabe a matas e amor

Amor que de ternura se vestiu

gemo a tiritar nos teus braços de rio

Onde correm águas leves frias

Para despir minhas mãos sempre vazias.



Marilia Gonçalves 

 


 

 

 

 

Sob o azul

 


Ai vida que mal me fazes!

Onde é que te fui buscar?

A que furtivo recanto

Fui demandar sementeira

De tanta lágrima amarga

De tanta desilusão

Quem pudesse adivinhar

Tanta surpresa traída

Tanta esperança perseguida

Tanta  angústia pressentida

Tanta alegria a cair 

Nunca teria chegado

Envolta em nuvens de tule

Ao grito silenciado

Sob o azul do teu lume.

 

Marilia Gonçalves 

 


 

de quem

 

  Música no Tempo


Se os versos me doem dentro

do que por fora se diz

se há inércia ou movimento

no meu cantar de raiz...

que voz é esta no vento

de quem sou eu aprendiz?


Música a desfohar tempo

do tempo que me não quiz.



Marilia Gonçalves

 


 

 


paz o amor e a bondade

 

Poente abrandava na cidade

casinhas branqueando adormeciam

a lembrar a paz o amor e a bondade

como olhos que no berço nos sorriam.

 

O sol agora mesmo em pleno céu

parece rubra bola purpurina

azul esbatido, ténue véu

deixa passar a noite,

a negra peregrina.

 

  Marilia Gonçalves

 


 

 

A ARY DOS SANTOS

 

A ARY DOS SANTOS

 

 

Ó amigo leva-me contigo

a conhecer poesia

tu pares versos velozes

como Alves também fazia

ao fazer tremer algozes

do povo que adormecia.

 

Vem pra mostrar outros portos

do mundo que denuncia

o país dos homens mortos

erguê-los em poesia.

 

Vem pra falar dessas gentes

que ainda não sabem cantar

que se não estamos dormentes

teremos que as acordar.

 

O teu verso é uma seta

vai direito ao coração

mas é arma de poeta

só fere em nome do pão.

 

Marilia Gonçalves 

 


 

 

 

 

 

Para ti amor

 

Para ti amor

queria céu o sol mais loiro e quente

o céu azul mais forte, transparente

e queria que da flor

perfumes subtis te enamorassem

que lábios sensuais que te beijassem

a ti ó astro meu

sejam leais e bons e verdadeiros

sejam embora meus beijos feiticeiros

tão ternos como eu.

 

  Marilia Gonçalves