Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

noite silenciosa

 

És na noite silenciosa

o som que me despertou.

 

    

 

 


 

emoção.

 

Que culpa tenho eu

se o que trago por dentro

tem da voz da ternura

o desconcerto

Eu forte como a lua

Impávida serena

aos uivos da paisagem

dos lamentos de cão

despedaço-me nua

à voz da emoção.

 

 

    

 


 

 

 

tempo

 

Pertenço toda ao tempo

que nada tem de meu

nem voz nem movimento

mas se pertenço ao tempo

porque é que me perdeu...

 

   

 


  

riso e cor

 

Minha noite deslumbrante

nesse regresso ao passado

onde sonho triunfante

é o meu cavalo alado


Minha noite deslumbrante

nesse regresso ao passado

onde sonho triunfante

é o meu cavalo alado

que me revolve no tempo

na viagem para trás

a esse dia distante

da inocência na paz

em que toda a fantasia

é feita de riso e cor

a espelhar a harmonia

de simples gestos de amor.

 

 

               

 


 

 

 

 

             

Imaginação

 

O desenho é inocente

quer na forma quer na cor

Imaginação somente

a transformar pormenor

d’imagem ignorada

na voz que morre de amor.

 

  

 


 

grande palavra O AMOR

 

O amor é palavra sublime

o drama é ser palavra apenas

e não brotar espontâneo

em nossos corações

é ser grande palavra

pra forças tão pequenas.

 

 

  


 

história

 

 

Depois de falar contigo

eis-me a tentar desfolhar

cada sentido escondido

que na frase pode estar

vou-a guardando em memória

palavra atrás de palavra

a imaginar a história.

 

 

   

 


 

  

 

 

soltar teu grito

 

Lamenta sim porque me perdes

porque o que eras pra mim

não serás mais

não volto à estrada que deixei

nem procuro caminho no amor que dei.

 

Inventa novas lágrimas

rasga teu desespero

pelo que perdes hoje

nem tu terás consciência

de medir a ausência

do amor que te foge.

 

Podes soltar teu grito

a libertar a dor

até ao infinito

o que tu crês maior


não cabe meu amor

nesse espaço restrito

e perdes este amor!

 

    

 


 

 


 

 

O alvíssimo cavalo

 

   Corcel

 

Cavalga nuvens de neve

são os meus sonhos perdidos

a voar longe ao de leve

em sonhos por ser vividos.

 

O alvíssimo cavalo

trepa salta sem canseira

sobre nuvens tempestades

a saltar de tal maneira

 

ficou transformado em sonho

por asas que lhe inventei

esse mundo onde deponho

a luz que nele criei

 

     

 


 

 

alerta.

 

Quando me ardem olhos a chorar

só o verso me liberta

a noite imensa sem passar

sem sino continuo alerta.

 

Nada sossega em mim

o pensamento na distância

traz o que magoa

a noite’continua sem ter fim

sem sono eu, continuo à toa.

 

Silêncio envolve o pesadelo

só oiço relógio na cozinha

estendida a solidão é ao meu lado 

na noite imensa companhia minha.

 

     

 

 


    

 

 

 

 

    

tua

 

 

A Primavera é triste amor esvoaça

na névoa que persiste em solidão

enche todas as coisas e não passa

o céu é cinza e triste o chão.

 

No asfalto sonhos liquefeitos

ainda trémulos o que são

a luzir mesmo desfeitos

pérolas da imensidão.

 

Ao ver o mar em plena rua

eu sinto diluir o mar

no meu olhar só porque sou tua

mas sendo tua não te posso amar.

 

Fico a olhar a chuva de lágrimas

soltas de nuvens ou olhos do céu

para mim penso quem as chorou todas

saiba de pranto menos do que eu.

 

               

 


 

a vida, vida a girar.

 

Sombra densa arvoredo

perdido olhar

exílio de nossas veias

são elos laços cadeias

a segurar o presente

sem passado ou futuro

a latejar febrilmente

o nosso espanto a esperar

a vida, vida a girar.