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segunda-feira, 8 de julho de 2024

L'enfant qui meurt n'a pas de pays

 

PAZ!
Marília Gonçalves
 
L'enfant qui meurt n'a pas de pays
 
 
L'enfant qui meurt
n'a pas de pays
son pays c'est son enfance et son chemin la vie
un enfant qui meurt est un fleuve asséché
une terre perdue
un pont qui s'est brisé
qui venu du passé
s'écroule brusquement
au seuil de l'avenir
L’enfant qui meurt
n’a pas de pays
son pays c'était la vie.
 
Marilia Gonçalves


volúpia

 

Teus olhos talham a pedra

do perfume que há nós cardos

tropel de montanha mágica

nas longas pernas da tarde.


Sumo de luz se desfez

na carne aguda do beijo

de súbito mãos esvoaçam

na memória a despertar.


Tremem no sémen da noite

selvas e harpas em coro

forma de ópio que se alarga

à velocidade dum touro.


Tuas mãos à descoberta

de continente afundado

no oceano promessa

desta volúpia a teu lado.







fímbria do dia

 

Em assomo de luz

fímbria do dia

argúcia do tempo

fantasia.


Textura do ar

alvura vencida

nascem acordes

nas formas de vida.


No voo indirecto

entre pão e terra

desvenda secreto início

do esperma.



Marilia  Gonçalves




uma flor no pensamento

 

Adormece uma flor no pensamento

ou são praias azuis ao vento leste

acenar em brando movimento

trazem da intima seara que me deste

esse estranho perfume de erva amarga

que envolve leve o ar, em ténue véu.

Mas não há semente que me traga

o caminho que em tempo foi o meu.



Marilia  Gonçalves